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Itália anuncia que retirará até 2014 tropas da “linha de frente” da operação militar no Afeganistão

A Itália anunciou que deverá retirar todos os seus soldados da "linha de frente" da operação militar no Afeganistão até 2014 para dar lugar às forças de segurança do próprio país. 

Segundo o ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, "o objetivo é chegar em 2014 com zero homens na linha de frente" no Afeganistão, quando então as tropas italianas se concentrarão no trabalho de "apoio, assistência e treinamento" às forças de ordem locais. 

Chamado para uma audição na Câmara dos Deputados, o ministro detalhou que a partir de 2012 as autoridades afegãs deverão assumir progressivamente a responsabilidade pela segurança. 

No entanto, o chanceler italiano Franco Frattini observou que "o redimensionamento e a transição não poderão significar o abandono [da missão] por parte da Itália", afirmando, entre seus argumentos, que "sem estabilidade no Paquistão, seria ilusória uma estabilidade duradoura no Afeganistão".

O ministro garantiu ainda que a Itália "continuará um parceiro confiável" nas alianças internacionais que mantém. 

O anúncio ocorre após a morte de um militar italiano, Roberto Marchini, em seu último dia de missão no Afeganistão. 

Morto pela explosão de uma bomba no distrito de Bakwa, ele foi o 24º soldado da Itália a morrer no país por conta de um explosivo. No total, em sete anos de missão, morreram 40 militares italianos, sendo que 30 foram vítimas de atos hostis. 

Frattini disse que os italianos estão "orgulhosos" do trabalho de Marchini, que, segundo ele, morreu por uma "causa nobre". 

França, Espanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos também já anunciaram a saída progressiva de suas tropas do Afeganistão nos próximos três anos. 

A retirada das tropas da Itália está prevista em um plano de corte de gastos militares anunciado na semana passada e dias antes da aprovação de um plano de austeridade econômica que cortará € 47 bilhões (RS$ 103,8 bilhões) do orçamento italiano. 

De acordo com La Russa, o governo italiano encontrou o equilíbrio entre a necessidade de reduzir o número dos militares empenhados no exterior, os custos e a manutenção dos compromissos internacionais em missões militares. 

A Itália deverá receber de volta ao país mais de 2 mil soldados no segundo semestre deste ano, passando de um orçamento de mais de € 800 milhões  (R$ 1,7 bilhão) do primeiro semestre para € 694 milhões (R$ 1,5 bilhão) no seguinte. 

No anúncio feito na semana passada por La Russa e pelo ministro da Simplificação Normativa, Roberto Calderoli, a missão no Afeganistão era a única que não estava dentro do corte de gastos previstos até o fim do ano. 

O titular da Defesa chegou a dizer que, em solo afegão, os investimentos para a segurança aumentariam e só em 2012 o envolvimento italiano no país seria avaliado.

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