
O Ministério do Interior da Itália afirmou que a polícia ainda não conseguiu rastrear a deputada federal Carla Zambelli, condenada no Brasil a 10 anos de prisão e alvo de um mandado de captura internacional da Interpol.
A informação foi divulgada após um questionamento apresentado pelo deputado italiano de oposição Angelo Bonelli, da Aliança Verdes e Esquerda (AVS), a respeito de qual seria a postura do governo em relação à parlamentar foragida.
“As verificações da polícia realizadas até agora, e que estão em curso, não permitiram, até o momento, identificar a localização de Carla Zambelli. As atividades para rastreá-la, no entanto, continuam, inclusive por meio da cooperação internacional da polícia com as autoridades brasileiras”, explicou o Ministério do Interior.
Segundo a pasta, a deputada não foi presa ao desembarcar na Itália, em 5 de junho, porque o “alerta vermelho” da Interpol foi emitido algumas horas depois da chegada da parlamentar, que não tinha antecedentes criminais em território italiano.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores do país europeu afirmou que não há nenhum pedido de reconhecimento da cidadania italiana por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, também em resposta a um questionamento de Bonelli.
Zambelli foi condenada por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), inclusive com a inserção de um mandado de prisão falso contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, e fugiu para a Itália, nação da qual tem cidadania, para evitar a prisão.
“Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou Zambelli à CNN no início do mês.
Em 2015, no entanto, a Itália extraditou o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no caso do mensalão, apesar de ele ter cidadania italiana.