O presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, afirmou que seu país tem uma relação "sólida" com o Brasil, ao comentar o caso de Cesare Battisti.
"As relações de amizade entre os Parlamentos e os povos de Itália e Brasil são antigas e sólidas", disse Fini ao receber em Roma o presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Marco Maia.
"Certamente, não é qualquer nuvem passageira que pode rachar a profundidade dessas relações", defendeu o italiano.
O ex-militante Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando era membro do grupo da extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Preso no Brasil em 2007, dois anos mais tarde ele recebeu o status de refugiado político pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, o que impediu sua extradição à Itália.
O caso foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em diversas ocasiões e, no fim de seu mandato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter o italiano no país.
"Também no Brasil há diversas críticas sobre a extradição de Cesare Battisti. Desejo que as condições amadureçam para uma solução positiva e concordada", afirmou o presidente da Câmara dos Deputados da Itália.
Fini ainda reiterou os anúncios de Roma sobre a necessidade de se formar uma Comissão Permanente de Conciliação, prevista na Convenção de 1954, para resolver a questão.