A Suprema Corte de Cassação da Itália, que representa a última instância judicial no país, aprovou a realização de um referendo sobre a retomada da produção de energia nuclear.
A consulta está marcada para os próximos dias 12 e 13 de junho e tem o apoio de legendas oposicionistas, como o Partido Democrático (PD), o Itália dos Valores (IDV) e o Partido Verde (PV), que defendem a suspensão definitiva deste tipo de energia.
O presidente do PV na região do Lazio, Nando Bonessio, comemorou a decisão dizendo que o referendo é "uma vitória da democracia".
"Agora é preciso continuar a campanha de informações para alcançar o quorum necessário no dia do referendo", destacou Bonessio.
Parlamentares opositores ainda afirmaram que a decisão é mais um golpe contra o partido governista Povo da Liberdade (PDL), que enfrenta uma crise devido à derrota nas eleições municipais.
"O referendo pode ser o terceiro tempo das eleições", disse o vice-secretário do PD, Enrico Letta.
"A Suprema Corte de Cassação censurou a arrogância do governo e entregou para as mãos dos cidadãos o direito de decidir sobre a energia nuclear e o próprio futuro", comentaram outros líderes da oposição.
Já o vice-presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Maurizio Lupi (PDL), ressaltou que "seria impróprio o uso de um instrumento como o referendo para dar um tapa no governo".
Nos últimos anos, o governo do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, manteve um plano de construir cerca de quatro usinas nucleares, em parceria com a França. Mas Roma resolveu suspender seu programa nuclear após o acidente em Fukushima, no Japão.
Em 1987, devido ao desastre em Chernobyl, na Ucrânia, a Itália realizou um referendo sobre o tema, no qual a população rejeitou a produção de energia nuclear. Nesta semana, a Alemanha anunciou que irá desativar todas as suas usinas nucleares.
