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Itália justifica declarações de Berlusconi sobre ditadura argentina

O Governo italiano qualificou hoje de "grande equívoco" as declarações do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, nas quais fazia referência aos desaparecidos durante a ditadura na Argentina, segundo informaram à Agência Efe fontes governamentais.

 

No sábado, durante a campanha eleitoral das eleições locais em Sardenha, Berlusconi afirmou que, nos "bons dias, os desaparecidos eram jogados do avião", em alusão aos "voos da morte" através dos quais os detidos ilegalmente na ditadura eram atirados vivos no Atlântico.

As declarações foram citadas hoje pelo jornal argentino "Clarín", que repercutia uma informação publicada no dia 14 pelo jornal italiano "L'Unità", e causaram polêmica na Argentina.

Um porta-voz do Governo italiano disse à Efe que, com suas declarações, "Berlusconi queria ressaltar a atrocidade dos crimes cometidos contra os dissidentes e os desaparecidos na Argentina para explicar a ofensa que significou que a oposição o qualificasse de ditador".

O porta-voz acrescentou que, para o Governo italiano, "não existe qualquer tipo de polêmica" entre os dois países sobre este assunto.

O Ministério de Assuntos Exteriores argentino convocou hoje o embaixador italiano em Buenos Aires, Stefano Ronca, para expressar sua "profunda preocupação" com as frases atribuídas a Berlusconi.

Estela de Carlotto, presidente das Avós da Praça de Maio, disse estar "ofendida" com as afirmações atribuídas a Berlusconi, e destacou que tratará da questão em um encontro que organismos de direitos humanos terão com a presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner.

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