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Itália não fará “aventura inútil” na Líbia, diz ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni

O ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, discursou no Senado e afirmou que o governo de Matteo Renzi não fará nenhuma intervenção sem planejamento para combater o terrorismo na Líbia.   

"O governo não se deixará arrastar para aventuras inúteis e perigosas para a nossa segurança nacional. Não é sensível rufar os tambores e fazer grandiosas jornadas intervencionistas, mas nós interviremos se e quando possível, sob pedido de um governo legítimo", destacou o chanceler após questionamentos dos senadores.   

Segundo o representante, é preciso "combinar firmeza, prudência e responsabilidade" na ação e depois de ter a autorização do Parlamento do país. "Estamos trabalhando para responder a eventuais pedidos de segurança do governo líbio, nem mais, nem menos, respeitando a Constituição e, obviamente, o faremos só com a autorização do Parlamento", ressaltou.   

A fala de Gentiloni é a reafirmação de um discurso da ministra de Defesa, Roberta Pinotti, que havia descartado uma intervenção militar guiada pela Itália em sua ex-colônia. Por sua vez, o governo italiano já se pôs à disposição para liderar o processo de paz no país, no plano diplomático e de treinamento das tropas de segurança, e conta com o apoio dos principais parceiros europeus, como Alemanha e França, e até mesmo dos Estados Unidos.   

Porém, nesta terça-feira (08), o jornal "The New York Times" publicou que um plano detalhado de ataques contra os membros do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) na Líbia foi apresentado por representantes do Pentágono à Casa Branca. A ação militar incluiria a Itália, a França e o Reino Unido. A informação não foi confirmada oficialmente.   

A Líbia é historicamente muito próxima da Itália por ser uma ex-colônia e também por conta da proximidade territorial. Um dos principais medos da Itália no que diz respeito aos conflitos na Líbia é de que jihadistas conquistem o território e de lá tentem invadir o país. Militantes do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) já disseram em diversas ocasiões que um de seus maiores objetivos é Roma.   

Atualmente, após uma negociação que durou meses e foi finalizada em dezembro do ano passado, os dois Parlamentos líbios tentam formar um governo único, para dar paz política à nação. Contudo, uma série de divergências ainda não conseguiu ser libertada.   

– Grupo sequestrado: Paolo Gentiloni ainda foi questionado sobre o caso do grupo de quatro italianos sequestrados na Líbia e que teve um fim trágico, com dois mortos. Segundo o ministro, "não foi pago nenhum resgate" pelos dois sobreviventes e a ação não teve nenhuma relação com os terroristas do EI.   

"Nunca apareceram elementos de rapto do Daesh [EI] e nunca surgiu nenhuma reivindicação. A hipótese mais provável é de que um grupo criminoso de origem islâmica que atua entre Mellitah, Zuwara e Sabrata", disse o chanceler.   

O grupo de técnicos da construtora italiana Bonatti era formado por Gino Pollicardo, Filippo Calcagno, Salvatore Failla e Fausto Piano.

Eles foram sequestrados em julho de 2015 perto de uma unidade da estatal italiana de petróleo ENI na cidade de Mellitah. Desde então, o desaparecimento dos quatro era um mistério, já que nenhum grupo assumia a autoria do crime.  (Fonte: Ansa)

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