O relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde), aponta que a preparação dos estudantes em todo o mundo está declinando verticalmente.
O desempenho médio nos países da Ocde caiu 16 pontos em matemática e 11 pontos em leitura. Isso equivale a aproximadamente meio ano letivo em leitura e três quartos de ano letivo em matemática. Apenas o desempenho médio em ciências não sofreu variações significativas.
A motivação pode não ser apenas a pandemia de Covid-19: a análise das tendências antes de 2018 revela que os resultados em leitura e ciências começaram a diminuir muito antes do período de isolamento, o que indica que também estão em jogo problemas de longo prazo.
A Itália é o país com a maior diferença entre meninas e meninos em termos de aprendizado de matemática: nessa disciplina, os alunos superaram as alunas em 21 pontos.
Essa diferença é a mais alta absoluta entre todos os países participantes. Por outro lado, em leitura, as meninas alcançaram uma pontuação 19 pontos superior à dos meninos.
Em comparação com o ciclo anterior, essas diferenças permaneceram estáveis. Tanto nas diferentes macro áreas geográficas quanto nos diferentes cursos de estudo, os meninos obtiveram uma pontuação em matemática superior à das meninas. Em média nos países da Ocde, os estudantes socioeconômicamente favorecidos obtiveram 93 pontos a mais em matemática do que seus colegas desfavorecidos.
A disparidade de desempenho associada ao status socioeconômico dos estudantes é mais ampla na Romênia e na República Eslovaca, seguidas pela Hungria, Israel e Taipei Chinês.
Os estudantes desfavorecidos têm, em média, uma probabilidade sete vezes maior de não alcançar as competências básicas em matemática em comparação com os estudantes favorecidos. O mesmo se aplica às ciências. No que diz respeito à leitura, as chances de baixo desempenho são mais de cinco vezes maiores para os estudantes desfavorecidos em comparação com seus colegas favorecidos.
Uma análise cuidadosa dos estudantes academicamente resilientes, que obtêm resultados elevados apesar de uma situação desfavorável, pode fornecer informações valiosas para possíveis intervenções, observam os pesquisadores do relatório.
Em média, nos países da OCDE, 10% dos estudantes desfavorecidos obtiveram resultados que estão no quartil superior em matemática, em seus respectivos países, e 11% em leitura e ciências. Uzbequistão, Camboja e Kosovo apresentam as maiores proporções de estudantes academicamente resilientes.
Na Itália, 11% dos estudantes com um background socioeconômico desfavorecido alcançam resultados em matemática e ciências que estão no quartil superior; para leitura, esse número sobe para 12%.
Em 2022, aproximadamente 690 mil estudantes participaram da pesquisa em todo o mundo, representando cerca de 29 milhões de jovens de 15 anos em escolas de 81 países e economias.
Os estudantes do Pisa têm entre 15 anos e três meses e 16 anos e dois meses no momento da pesquisa e completaram pelo menos seis anos de educação.