Um grupo de trabalhadores italianos entrou em confronto com a polícia diante da Câmara dos Deputados, enquanto o primeiro-ministro Silvio Berlusconi discursava.
O grupo era formado por funcionários temporários ou contratados pela administração pública e pelo setor de ensino. Eles atiraram verduras e rojões contra as forças de segurança, em protesto contra o ministro da Administração Pública, Renato Brunetta. Algumas pessoas ficaram feridas, segundo a imprensa local.
Dentro da Câmara dos Deputados, Berlusconi fazia um discurso como parte de uma série de sua atividades públicas para consolidar o apoio ao governo, abalado após as derrotas nas eleições municipais e em um referendo sobre energia nuclear, privatização de serviços de abastecimento e imunidade judicial.
No pronunciamento, o premier destacou que a maioria parlamentar que apoia seu governo "existe, é forte e unida". Ele se referia ao voto de confiança no governo dado pelos deputados, com a aprovação de um projeto de lei sobre desenvolvimento econômico.
No total, 317 deputados votaram a favor do projeto, 293 contra e dois se abstiveram. A maioria necessária nesta votação era de 306 votos. Agora o texto segue para o Senado.
Esta foi a primeira vez que o governo conseguiu mais de 316 votos na Câmara desde o rompimento de Berlusconi com o presidente da Casa, Gianfranco Fini, que gerou a criação do partido Futuro e Liberdade para a Itália (FLI).
"Isso quer dizer que a maioria existe, é forte e unida, e é a única capaz de garantir a governabilidade do país em um momento difícil", destacou o premier. Diante dos deputados, Berlusconi ainda chegou a dizer que foi uma "irresponsabilidade" não diminuir as despesas do governo e que não pretende ser primeiro-ministro "para sempre".
