Notícias

Italianos vêm ao Brasil em novembro, de olho no PAC

Depois de a França tentar acordo com o governo sobre caças para a aeronáutica, a Itália chega ao Brasil em novembro com a intenção de oferecer navios à Marinha brasileira.

 

O grupo Finmeccanica, em parceria com a Fincantieri, pretende se reunir no próximo mês com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, em busca de uma parceria para fornecimento de navios.

 

Segundo Giovanni Sacchi, diretor no Brasil do Instituto Italiano para o Comércio (IIC), as discussões com o Ministério da Defesa sobre navios tiveram início em abril deste ano, quando representantes das empresas participaram do Latin América Aero Defense (LAAD), no Rio de Janeiro.

 

Desta vez, esses representantes chegam a São Paulo em companhia de outras 150 empresas italianas, no dia 9 de novembro, para participar do II Fórum Brasil -Itália. Esses empresários italianos se reunirão ao longo da semana com cerca de 400 representantes de empresas brasileiras, em 1.300 rodadas de negócios. A primeira missão do país esteve por aqui em 2006.

 

Embora não esteja prevista a participação do premiê Silvio Berlusconi no evento, recepcionado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ministros de estado da Itália estarão na comitiva, assim como ministros brasileiros. A eventual participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não foi confirmada. Na ocasião, deverá ser anunciado oficialmente o ano do Brasil na Itália, em 2011.

 

As empresas presentes no encontro representam, majoritariamente, os setores de infraestrutura, energia, meio ambiente, maquinário e manufaturados, como calçados e vestuário. Sacchi diz que há muito interesse dos grupos italianos em participar das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de projetos voltados para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

 

Em energia, a Enel, que controla a Endesa, deve participar no fim de novembro do primeiro leilão de energia eólica do Brasil e está interessada em explorar outros negócios em energia alternativa.

 

A API-Nova Energia, por sua vez, deve discutir novas oportunidades na área de biodiesel. A empresa já tem um projeto no Espírito Santo para explorar combustível por meio da cultura de pinhão manso.

 

Pelo lado brasileiro, estão confirmadas participações de diretores da Odebrecht, Camargo Corrêa, Sadia, Fiat, além de BNDES, Banco do Brasil, Safra e Bradesco. O setor financeiro italiano também marcará presença. De acordo com Sacchi, cerca de dez bancos italianos estarão representados na missão para avaliar o mercado.

 

Conforme o dirigente, a corrente comercial entre os dois países fechou 2008 com US$ 9,4 bilhões. Já nos primeiros nove meses deste ano, houve uma queda de 20% a 25% por conta da desaceleração econômica, que ambos os países pretendem reverter daqui para frente.

 

As transações ainda são desequilibradas entre os dois países, com o Brasil fornecendo essencialmente produtos primários como couro, minério de ferro e commodities agrícolas, enquanto compra da Itália produtos manufaturados como máquinas e materiais elétricos.

 

"Mas estamos interessados em móveis, calçados, vestuário e máquinas", garante o dirigente do Instituto Italiano para o Comércio (IIC).

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios