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Jornal católico Avvenire faz critícas do possível caso de prostituição envolvendo Berlusconi

"Só a ideia de que um homem que ocupa a cúpula das instituições do Estado esteja implicado em histórias de prostituição, e ainda pior, de prostituição de menores, fere e abala", escreveu o diretor do jornal católico Avvenire, Marco Tarquinio.

O editorial publicado na primeira página solicita esclarecimentos sobre o caso da jovem marroquina apelidada de Ruby, que supostamente teve relações sexuais quando era menor de idade com o premier Silvio Berlusconi.

O jornal dos bispos italianos pediu sobriedade, nas palavras pronunciadas em setembro pelo cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI): "Em qualquer campo, quando se ocupam cargos de visibilidade, a contenção é indivisível da função". "Ao longo dos anos, escreveu o diretor, este jornal lembrou repetidas vezes a todos – e em primeiro lugar ao premier italiano, que para servir dignamente na esfera pública é preciso ter uma forte medida de sobriedade e de respeito por si mesmo, pelos outros e pelo papel que se exerce".

Avvenire solicitou também uma conclusão rápida do caso. "É o mínimo que, nós italianos, merecemos: uma saída rápida desta poeira sufocante. Todos devemos fazer nossa parte para que isto ocorra com a indispensável clareza aos olhos da Itália e do mundo".

De seu lado, o chanceler italiano Franco Frattini, falando ao Canal 5, de propriedade de Berlusconi, disse que se trata de uma ação "judicial midiática" totalmente "infundada" e uma "grande montagem", que não impedirá ao governo de seguir em frente, como está assegurando o chefe de governo. "Seria um erro admitir o princípio que um magistrado, com uma investigação que se revelará infundada, possa determinar o tempo das eleições e substituir a eleição democrática dos eleitores e dos governos", afirmou.

A situação judicial de Silvio Berlusconi ficou ainda mais comprometida, depois da divulgação das escutas telefônicas realizadas pelo Ministério Público de Milão durante a investigação sobre o caso "Ruby", que revelaram que a jovem marroquina – que participou de festas privadas do premier italiano quando era menor de idade – pediu € 5 milhões para negar tudo.

"Frequento a sua casa desde que tinha 16 anos, mas sempre neguei tudo para protegê-lo", afirma uma certa "Ru" em uma conversa que consta do processo, segundo publica o Corriere della Sera.

Nas atas, reunidas em 389 páginas, em parte consultáveis na edição digital dos principais meios de comunicação italianos, o tribunal afirma ter muitas provas de que o primeiro-ministro violou a lei contra a prostituição infantil e cometeu abuso de poder no caso "Ruby". (ANSA)

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