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Juiz adia audiência preliminar sobre a negociação “Estado-Máfia”

Após os pedidos de constituição da parte civil, o juiz Piergiorgio Morosini adiou para 15 de novembro a audiência preliminar sobre a negociação Estado-máfia para permitir às partes o acesso aos novos atos interpostos pelo Ministério Público. O magistrado tomou conhecimento da instância de objeção movida pelo advogado de um dos acusados e o Tribunal de Apelação dará o seu parecer. O julgamento poderá prosseguir até a decisão, mas terá que ser interrompido à espera do pronunciamento do Tribunal cd Recursos sobre a objeção.

Dos 12 réus só estavam presentes o ex-ministro Nicola Mancino e Massimo Ciancimino, enquanto os chefões mafiosos Bagarella, Riina e Cinà estavam conectados via videoconferência. Pela Promotoria estavam Antonio Ingroia, Nino Di Mattero e Lia Sava.

Os 12 réus:

Ex-oficiais dos Carabineiros, ex-ministros da Primeira República, políticos, chefões e Massimo Ciancimino, filho do ex-prefeito mafiosoVito – se apresentarão a Morosini. Para os ex-oficiais do ROS (Grupo Operacional Especial, da sigla em italiano) Antonio Subranni, Mario Mori e Giuseppe De Donno, para o ex-ministro Calogero Mannino (DC) e o senador do PDL Marcello Dell'Utri, e os chefes da máfia Totò Riina,Bernardo Provenzano, Giovanni Brusca e Leoluca Bagarella a acusação é de violência ou ameaça a corpo político do Estado.

Ciancimino responde por associação mafiosa, enquanto o ex-ministro do Interior, Nicola Mancino, que deveria estar na audiência, por perjúrio.

"Temos o apoio da parte sadia do país e acredito que, com estes procuradores corajosos, chegaremos à verdade", disse Salvatore Borsellino, irmão do magistrado Paolo assassinado no massacre de Via D'Amelio em Palermo em 1992. Borsellino pedirá para se constituir como parte civil.

"Sinto uma forte emoção porque este poderia ser a última audiência como procurador adjunto de Palermo", disse Antonio Ingroia ao chegar na audiência preliminar da negociação Estado-máfia.

Nos próximos dias Ingroia viajará para a Guatemala para exercer um cargo das Nações Unidas (ONU). Aos jornalistas que queriam saber como, daqui para a frente, ele contribuirá com a investigação, ele respondeu: "Não investigativamente. De tão longe será difícil, mas vou contribuir para o crescimento do movimento em busca da justiça e da verdade sobre cada um dos episódios obscuros da história recente".

Ingroia definiu sua transferência como "um passo à frente para combater também a máfia internacional". 

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