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Justiça Italiana investiga cessão de apartamento a cunhado do Presidente da Câmara dos Deputados

A procuradoria de Roma abriu uma investigação sobre a cessão de um apartamento em Monte Carlo por parte da Aliança Nacional (AN) — que se uniu ao Forza Italia em 2009 para dar origem ao governista Povo da Liberdade (PDL) — no qual viveria um cunhado do presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini.

Jornais locais, entre os quais o Il Giornale, de propriedade da família do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, noticiaram que o imóvel foi concedido por um preço muito abaixo do de mercado.

Sobre as insinuações acerca do apartamento onde moraria seu parente Giancarlo Tulliani, o titular da Câmara já anunciou ter apresentado algumas denúncias por difamação. "São bem-vindas todas as investigações que concernem ao patrimônio da AN, ainda que a denúncia seja proveniente de adversários políticos", disse ele.

Os até então aliados Fini e Berlusconi, co-fundadores do PDL, romperam sua aliança na semana passada, quando o conselho diretivo do partido votou pela saída do presidente da Câmara de seu quadro. A decisão foi motivada por atitudes de oposição tomadas pelo deputado, as quais estariam dificultando as ações do governo.

Após isso, Fini criou um novo grupo parlamentar, o Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), inicialmente com dez senadores e 33 deputados, o que poderia causar o desequilíbrio entre Legislativo e Executivo com a perda da maioria de Berlusconi no Congresso.

Ontem, o premier enfrentou sua primeira prova depois da ruptura com Fini, ocasião na qual os deputados votaram uma moção de desconfiança contra o vice-ministro de Justiça Giacomo Caliendo. Se o texto tivesse sido aprovado, o que não aconteceu, evidenciaria a perda da maioria do primeiro-ministro e poderia provocar a convocação de eleições antecipadas.

A investigação sobre o apartamento que a imprensa afirma ter sido cedido ao cunhado de Fini foi aberta com base em uma denúncia apresentada à polícia em 27 de julho por Roberto Buonasorte e Marco Di Andrea, dois membros da direita italiana.

A procuradoria já pediu o envio de documentos referentes ao imóvel e iniciou a investigação sobre suspeita de fraude agravada. O imóvel foi doado ao partido por Anna Maria Colleoni, morta em 1999.

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