
Maria Sole Agnelli, figura que abraçou o compromisso com o desenvolvimento social, cultural e educacional da Itália, morreu aos 100 anos, em sua casa em Torrimpietra, perto de Roma. Nascida em 9 de agosto de 1925, em Villar Perosa, na província de Turim, ela atravessou um século de transformações italianas deixando uma marca profunda especialmente no Piemonte, região historicamente ligada à família Agnelli.
Irmã de Susanna Agnelli – diplomata, ex-ministra e uma das mulheres mais influentes da política italiana do pós-guerra -, Maria Sole construiu um percurso próprio, pautado pela atuação institucional, pelo incentivo à pesquisa social e pelo fortalecimento de políticas públicas baseadas em evidências.
Entre 1960 e 1970, exerceu o cargo de prefeita de Campello sul Clitunno, na Umbria, experiência que consolidou sua vocação para a vida pública. Décadas depois, seu nome se tornaria indissociável da Fondazione Agnelli, respeitada instituição de pesquisa da Itália.
À frente da Fundação por 14 anos, até 2018, ela liderou e apoiou projetos estratégicos nas áreas de educação, cultura e pesquisa, contribuindo de forma decisiva para a qualificação do debate público italiano. Fundada em 1966, por ocasião do centenário de Giovanni Agnelli, a instituição se consolidou como um instituto de pesquisa independente e sem fins lucrativos, dedicado a analisar as grandes transformações sociais do país.
Sob sua presidência, a Fundação Agnelli aprofundou estudos sobre temas centrais como educação, mercado de trabalho, demografia, migrações, integração social e federalismo, tornando-se uma referência para formuladores de políticas públicas, gestores e pesquisadores. A partir de 2008, o foco na educação ganhou ainda mais relevância, com propostas concretas para melhorar o sistema escolar italiano, a orientação profissional e a equidade no acesso ao ensino de qualidade.
No Piemonte, berço histórico da família Agnelli, o impacto da Fundação é particularmente significativo. Por meio de iniciativas de solidariedade social, muitas delas em parceria com a Fundação Edoardo Agnelli, a instituição atua no apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade, reforçando uma tradição de compromisso cívico profundamente enraizada no território.
Maria Sole também se destacou no esporte: proprietária de cavalos de alto nível, celebrou conquistas internacionais, entre elas a medalha de prata no hipismo individual nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.



