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Mario Draghi defende que mundo deve investir nos jovens

O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi afirmou que, mesmo com o mundo vivendo a pandemia de Covid-19, é preciso investir e defender o futuro dos jovens porque privá-los disso é uma “grave desigualdade”.

A fala ocorreu durante o Encontro pela Amizade entre os Povos em Rimini, na Itália. O evento, criado em 1980, discute anualmente com líderes internacionais nos campos da economia, política e religião assuntos relevantes para melhorar o mundo.

“As dívidas criadas com a pandemia são sem precedentes e deverão ser pagas, principalmente, por aqueles que são jovens hoje. É nosso dever fazer com que eles tenham instrumentos para fazer isso vivendo em sociedades melhores que as nossas. Por anos, uma forma de egoísmo coletivo induziu governos a desviarem capacidades humanas e outros recursos em favor de objetivos com retorno político mais certo e imediato: isso não é mais aceitável hoje. Privar um jovem de seu futuro é uma das formas mais graves de desigualdade”, afirmou aos presentes.

Draghi continuou sua fala dizendo que a melhor maneira para “fazer todas as transformações” necessárias no mundo, mas que é de longo prazo, é investir na educação. O que, de maneira geral, é investir nos jovens.

“Isso sempre foi uma verdade, mas a situação atual torna imperativo e urgente um maciço investimento de inteligência e de recursos nesse setor. A participação da sociedade do futuro pedirá aos jovens, já hoje, ainda mais capacidade de discernimento e de adaptação”, acrescentou.

Líder do BCE entre 2011 e 2019, Draghi é considerado um dos principais responsáveis pela economia europeia ter conseguido se recuperar depois da grave crise financeira de 2008. E o economista italiano também lembrou disso em sua fala.

“Quando a confiança voltou a consolidar-se e, com isso, a retomada econômica, nós fomos atingidos ainda mais duramente com a explosão da pandemia. Essa ameaça não é apenas econômica, mas também afeta nosso tecido social, como já estamos vendo. Ela difunde incertezas, penaliza o emprego, paralisa os consumos e os investimentos”, pontuou.

Por conta disso, o italiano elogiou os subsídios que vem sendo dados por governos nacionais e pela União Europeia para que as pessoas “possam sobreviver” e voltou a pontuar a necessidade de dar “mais” do que o dinheiro para os jovens.

“A eles, precisamos dar mais. Os subsídios vão acabar e haverá a falta de uma qualificação profissional, que pode sacrificar a sua liberdade e a sua renda futura”, disse ainda aos presentes

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