
O Ministério Público de Milão, que investiga supostos casos de exploração de trabalhadores em grandes marcas de moda na Itália, solicitou documentação de 13 empresas do setor, incluindo desde grifes como Dolce & Gabbana, Versace, Prada e Gucci até a gigante de vestuário esportivo Adidas.
A ação também mira Alexander McQueen, Coccinelle, Ferragamo, Givenchy, Missoni, Off-White Operating, Pinko e Yves Saint Laurent.
De acordo com o MP de Milão, bolsas, carteiras e roupas de luxo dessas 13 marcas foram encontradas durante operações de busca e apreensão em galpões de empresas terceirizadas italianas que exploravam mão de obra chinesa.
As grifes ainda não estão sob investigação, mas foram solicitadas a apresentar documentos sobre suas redes de fornecedores e auditorias internas contra o trabalho irregular.
A Procuradoria de Milão, cidade que é o epicentro da moda de luxo no mundo, vem realizando uma série de investigações nos últimos anos contra a exploração de trabalhadores na produção de peças para grandes grifes em empresas terceirizadas. Isso já fez com que duas tradicionais companhias italianas do setor — a marca de alta costura Loro Piana e a fabricante de sapatos Tod’s — fossem colocadas sob administração judicial recentemente.
Segundo a legislação do país, as grifes podem ser responsabilizadas por delitos cometidos por fornecedores e subcontratados que atuem em seu nome, mas, em outubro passado, o ministro das Empresas e do Made in Italy, Adolfo Urso, disse que a “reputação” da moda no país estava “sob ataque”.
Devido aos escândalos, o governo da premiê Giorgia Meloni planeja criar uma agência para garantir preventivamente que toda a cadeia produtiva opere dentro da legalidade.



