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Ministro da Economia da Itália Giulio Tremonti anuncia medidas para alcançar equilíbrio orçamentário

O ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, prestou um informe ao Parlamento sobre as medidas que o governo deve tomar para alcançar o objetivo de equilibrar as contas públicas até 2013. 

Ele advertiu que, diante da "intensificação vertical da crise financeira", serão tomadas medidas severas e impopulares. 

Tremonti atestou que, apesar do decreto que fixava 2014 como término para o equilíbrio do orçamento ter sido votado pelo Parlamento em meados de julho, houve fatos e emendas posteriores que "modificaram o curso de nossas atividades". 

"A crise tomou um rumo diferente, ainda não se concluiu e não é fácil prever qual é sua dinâmica", observou, acrescentando que o governo está preparando um decreto seguindo indicações do Banco Central Europeu (BCE) para ser aprovado o Conselho de Ministros logo após o feriado de 15 de agosto na Itália. 

Entre os pontos, citou Tremonti, está a imposição de rendas financeiras, onde, "com exceção dos títulos de Estado, todos os títulos financeiros serão taxados de 12,5% a 20%". 

Ele também citou mudanças no mundo do trabalho do país, que incluiriam mais facilidade para demissões no setor privado e um possível corte dos salários de empregados públicos, conforme sugerido pelo BCE. 

Estas sugestões foram enviadas pela autoridade financeira europeia em uma carta a Roma com conteúdo "estritamente confidencial" e cuja "divulgação só pode ser decidida por quem a enviou", afirmou o ministro da Economia italiana. 

Entre os outros pontos examinados atualmente pelo Executivo de Silvio Berlusconi aparecem "formas mais fortes de combate da evasão fiscal, sobretudo nos casos de omissão de faturamento" e reformas sobre as pensões, além da possibilidade de adiantar a idade de aposentadoria das mulheres. 

Ele também relatou que não exclui a possibilidade de criar um mecanismo de "aporte de solidariedade" para sanar as contas públicas. Segundo analistas, essa medida poderia instituir aportes de 5% a 10% sobre todas as rendas, públicas ou privadas, de mais de 90 mil euros anuais. 

O anúncio do alto funcionário do governo Berlusconi foi criticado tanto pela oposição à esquerda, do Partido Democrático, como pelo aliado de direita, a Liga Norte, cujo líder, Umberto Bossi, classificou as explicações do ministro como "vagas". 

O problema, segundo Bossi, é que "ou se afeta os pobres" com os cortes de pensões, "ou se afeta os ricos" com as taxações sobre patrimônio. "Tremonti ainda não decidiu, e não é alto que eu possa decidir", acrescentou.

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