Espanha, França, Alemanha e Inglaterra. Todos esses favoritos a campeões do mundo já provaram, em maior ou menor intensidade, o gosto de um resultado inesperado no Mundial da África do Sul. Mas nem isso é o suficiente para fazer Daniele De Rossi ter cuidado com a boca ao falar do que acha que a Itália pode fazer na Copa do Mundo. O discurso politicamente correto passa longe do volante da Roma, autor do gol salvador no empate com o Paraguai.
De Rossi, sem medo de tropeçar na própria língua, cravou: perder para a Nova Zelândia é uma zebra de tamanho imensurável. "Somos tecnicamente melhores do que eles. Devemos vencê-los, não importa quais dificuldades nós encontremos. Perder seria o mesmo que eles perderem para nós no rúgbi", disse o italiano, citando os All Blacks, que no esporte favorito da Nova Zelândia tem a mesma importância que, por exemplo, a seleção brasileira ostenta no mundo do futebol.
E mais: para a Itália, ainda que claudicante nos quatro anos que separam o triunfo na Alemanha do momento atual, o mínimo aceitável na campanha no Mundial é chegar pelo menos até as quartas de final. "Acho que deveremos mirar estarmos entre os semifinalistas. Isso já seria importante. E uma eliminação na primeira fase ou até nas oitavas de final seria um fracasso", disse De Rossi.
Segundo o volante, o motivo de tanta confiança é a evolução técnica que ele enxerga na seleção italiana. Com a autoridade de ser um dos líderes do time, De Rossi admite que houve falhas contra o Paraguai, sobretudo na hora de finalizar a gol, mas que a Itália tem melhorado jogo a jogo desde a derrota para o México, no amistoso há 15 dias. "Estamos crescendo. Assim como também fizemos em 2006 (na Copa da Alemanha)".
TAREFA INGLÓRIA
Mas enquanto De Rossi esbanja otimismo, Montolivo, seu companheiro de meio de campo, se diz desconfortável com a função de ter de substituir Pirlo. "Não sou um armador, mas jogo mais à frente. Espero que quando Pirlo voltar eu possa jogar na posição em que me sinto melhor", disse Montolivo. (AE)
