A sessão do Parlamento italiano foi marcado por um fato inédito. Durante as discussões sobre a Lei de Estabilidade na Comissão de Orçamento da Câmara, os deputados do Forza Italia (FI), partido do senador cassado Silvio Berlusconi, votaram pela primeira vez em uma proposta feita pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), liderado pelo comediante Beppe Grillo e caracterizado pelo discurso anti-políticos.
A medida previa cortes no setor aeronáutico e foi rejeitada pela maioria. No entanto, mais importante do que o teor da proposta ou sua recusa é a aliança insólita entre as duas legendas, que sempre permaneceram em lados opostos no Congresso. O M5S apoiou a expulsão do Cavaliere do Senado e Grillo disse que a cassação do ex-premier não era o fim de um regime, e sim a queda de um "boss", nome pelo qual são chamados os chefões da máfia no país.
Até o final de novembro, o FI fazia parte da coalizão governista, mas deixou a base aliada um dia antes de Berlusconi perder seu mandato. No entanto, a criação de um novo "eixo" com o M5S foi negada pelo partido de centro-direita. "Não tem nenhuma aliança política com o Movimento 5 Estrelas, votamos naquela emenda porque não se podia fazer de outro modo", declarou Rocco Palese, deputado do Forza Italia.