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Nasce o projeto de um dos maiores parques de Milão, com 1.700 casas, na Piazza d’Armi

A transformação da Piazza d’Armi, na região de Baggio, no extremo oeste de Milão, não é apenas mais um projeto de requalificação urbana. Trata-se de uma das maiores operações de regeneração territorial em curso na cidade, tanto pela escala – 424 mil metros quadrados – quanto pelo seu significado político, ambiental e social: ali nascerá um dos maiores parques urbanos de Milão, acompanhado da construção de 1.700 novas moradias, grande parte delas com aluguel subsidiado.

A área da antiga Piazza d’Armi é um ex-complexo militar desativado, situado no bairro de Baggio, no Município 7, delimitado por vias estratégicas como Via Forze Armate e Via Olivieri. Trata-se de uma zona historicamente periférica em relação ao centro de Milão, marcada por uma mistura de bairros residenciais populares, conjuntos dos anos 1960 e grandes vazios urbanos herdados de funções militares.

Nos últimos anos, Baggio passou a ocupar um lugar central no debate urbano milanês: é uma área bem conectada, mas ainda carente de grandes espaços públicos de qualidade. A conversão da Piazza d’Armi responde justamente a esse déficit histórico, reposicionando o bairro no mapa verde e habitacional da cidade.

PARQUE MUDA A GEOGRAFIA VERDE DE MILÃO

Cerca de 80% de toda a área será destinada ao parque. Na prática, isso significa a criação de um espaço verde contínuo de grandes dimensões, com: áreas esportivas ao ar livre; trilhas naturais e equipadas; playgrounds; zonas de lazer de bairro; e uma área ambientalmente protegida, a chamada “Floresta Waver”, habitat do picanço, espécie rara de ave.

Esse dado é central: diferentemente de outros projetos que usam o “verde” como elemento decorativo, aqui o parque é o eixo estruturante da intervenção. O desenho será definido por concurso público, em diálogo com a Superintendência de Patrimônio, reforçando a ambição ambiental do plano.

PÚBLICO ALVO

Nem habitação social clássica para populações de baixa renda extrema, nem mercado imobiliário de classe média tradicional. Das 1.700 unidades previstas, cerca de 700 serão destinadas a aluguel subsidiado para jovens casais e trabalhadores de serviços públicos essenciais (enfermeiros, policiais, funcionários administrativos).

Os valores divulgados são reveladores: cerca de € 450 por mês para apartamentos de 40–50 m²; até € 900 para unidades maiores voltadas a casais. Esses aluguéis não poderão ultrapassar 30% da renda dos beneficiários.

Ou seja, o projeto mira claramente o chamado “ceto medio essenziale”: trabalhadores estáveis, com renda regular, mas hoje excluídos do mercado imobiliário milanês, um dos mais caros da Europa. Não se trata de moradia popular no sentido clássico (voltada aos mais pobres), mas de uma política habitacional voltada à classe média baixa e média funcional, essencial para o funcionamento da cidade.

Um projeto urbano com equilíbrio delicado

A operação é conduzida pela Invimit SGR, braço imobiliário do Ministério da Economia, em parceria com a Prefeitura de Milão. O discurso oficial deixa claro o duplo objetivo: responder a uma emergência urbana real — falta de verde e de moradia acessível — sem abrir mão da sustentabilidade financeira do projeto.

Nesse sentido, a Piazza d’Armi se apresenta como um laboratório urbano: grande parque público, proteção da biodiversidade, habitação acessível para trabalhadores essenciais e retorno econômico moderado para o Estado.ição ambiental do plano.ários.

Ou seja, o projeto mira claramente o chamado “ceto medio essenziale”: trabalhadores estáveis, com renda regular, mas hoje excluídos do mercado imobiliário milanês, um dos mais caros da Europa. Não se trata de moradia popular no sentido clássico (voltada aos mais pobres), mas de uma política habitacional voltada à classe média baixa e média funcional, essencial para o funcionamento da cidade.

As demais unidades — não subsidiadas — deverão atender a um público de renda intermediária, reforçando a lógica de mistura social controlada, um modelo cada vez mais adotado em grandes cidades europeias.

LABORATÓRIO URBANO

A operação é conduzida pela Invimit SGR, braço imobiliário do Ministério da Economia, em parceria com a Prefeitura de Milão. O objetivo é duplo: responder a uma emergência urbana real – falta de verde e de moradia acessível – sem abrir mão da sustentabilidade financeira do projeto.

Nesse sentido, a Piazza d’Armi se apresenta como um laboratório urbano: grande parque público, proteção da biodiversidade, habitação acessível para trabalhadores essenciais e retorno econômico moderado para o Estado.

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