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Novo estudo italiano desafia teorias sobre “homem de gelo”

Ötzi, a múmia encontrada há mais de 30 anos nos Alpes, tinha pele escura e tendência à obesidade, sofria de calvície e possuía antepassados da Anatólia, região que corresponde à atual Turquia.

É o que aponta um novo estudo sobre o chamado “homem de gelo”, cujo corpo naturalmente mumificado foi encontrado em uma geleira na fronteira ítalo-austríaca em 1991.

A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, da Alemanha, e pelo Instituto de Estudos sobre Múmias do centro de pesquisas Eurac Research, em Bolzano, na Itália, e publicada na revista Cell Genomics.

O genoma de Ötzi, homem datado de 4,9 mil anos atrás, foi decodificado há mais de uma década, porém tecnologias de sequenciamento mais modernas permitiram aos pesquisadores identificar características de forma mais precisa.

Anteriormente, acreditava-se que Ötzi era descendente de populações de estepes da Europa Oriental, mas o novo estudo descobriu um patrimônio genético característico dos primeiros cultivadores que imigraram da Anatólia.

Esse conjunto de genes estava acima da média em relação a seus contemporâneos europeus, o que indica que o “homem de gelo” pertencia a uma população alpina relativamente isolada, com pouco contato com outros grupos.

A pesquisa também desmontou a imagem que a comunidade científica tinha de Ötzi como um homem branco, barbudo e cabeludo. No momento de sua morte, é quase certo que ele apresentava calvície avançada e pele mais escura do que se pensava.

Esse resultado é relativamente claro e também pode explicar por que praticamente não foram encontrados cabelos na múmia”, explicou o paleopatologista Albert Zink, do Eurac Research e coautor do estudo.

“É a tonalidade de pele mais escura já encontrada em restos europeus contemporâneos a Ötzi”, acrescentou.

Segundo o pesquisador, acreditava-se que a múmia tivesse escurecido durante sua permanência na geleira, mas a tonalidade que ela apresenta preserva em grande parte a cor original.

Os genes também apontam uma pré-disposição do “homem de gelo” para a diabetes tipo 2 e a obesidade.

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