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Padre italiano foi vítima de assassinos profissionais, segundo a polícia

O homicídio do padre italiano Fausto Tentorio, missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (Pime) ocorrido há dois dias nas Filipinas, foi planejado e cometido por assassinos profissionais, informou a polícia. 

De acordo com fontes locais entrevistadas pela agência católica Fides, a forma como Tentorio foi morto, as armas de precisão e a munição utilizada levam à conclusão de que "o homicídio foi obra de criminosos profissionais, assassinos de um certo nível". 

As conclusões da perícia científica e da autópsia confirmam, segundo as fontes, a tese sugerida por missionários e amigos do padre Tentorio de que o crime foi um homicídio planejado por algum "inimigo" seu após possivelmente ter recebido informações ou ter incomodado os interesses econômicos de alguém.

As investigações se concentrarão em grupos paramilitares que operam em Mindanao, a ilha onde o pároco foi assassinado, que muitas vezes são contatados por empresários ricos, líderes de clãs ou partidos para prestarem serviços como esse. 

Segundo o bispo de Malaybalay, José Cabantan, presidente da Comissão Episcopal para os Povos Indígenas de Mindanao, o sacerdote "trabalhava pelos direitos dos indígenas e pela defesa do meio ambiente" e, nos últimos tempos, vinha se opondo a um projeto de construção de uma barragem.

A barragem faz parte do projeto da central hidrelétrica Pulangui V, a maior da ilha de Mindanao, e terá uma potência de 300 megawatt para as províncias de Bukidnon e Cotabato. 

Segundo líderes indígenas e da sociedade civil, a barragem levará à inundação de locais sagrados dos povos originários, cemitérios, terrenos agrícolas e de caça das tribos Maguindanaon e Manobo, com as quais o padre Tentorio trabalhava. A hidrelétrica deverá colocar debaixo d'água mais de três mil hectares de terra.

"A presença e a responsabilidade de um assassino de alto nível nos faz pensar em um plano bem organizado para matar padre Tentorio. As questões abertas são muitas", comentou o bispo, que afirmou que será preciso investigar "quem estava irritado" com as ações do padre. 

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