Notícias

Papa Bento XVI celebra missa da Epifania e diz que “as guerras não apagam a luz de Cristo”

O papa Bento XVI afirmou que diante "do ódio e da violência destrutiva que não cessam de ensangüentar muitas regiões da Terra", os cristãos não podem perder a esperança, pois "não há sombra, por tenebrosa que seja, que possa obscurecer a luz de Cristo".

 

O papa presidiu diante 5.000 pessoas a solene missa da Epifania do Senhor na Basílica de São Pedro, na qual anunciou o dia da Páscoa, que este ano será comemorado em 12 de abril.

 

Durante a homilia, o papa criticou "o egoísmo e a pretensão do homem de se considerar um deus de si mesmo, o que às vezes conduz à perigosa alteração do plano divino sobre a vida e a dignidade humana".

 

Também convidou os cristãos a um esforço especial para "libertar a vida humana e o mundo da intoxicação e da poluição que poderia destruir o presente e o futuro".

 

Citou a carta encíclica Spe Salvi e disse que ante a luta contra a poluição "não temos sucesso ou parecemos impotentes ante a superioridade das forças hostis" e pediu coragem, "pois é grande a esperança que se apóia nas promessas de Deus, que nos dá coragem e dirige nossa ação".

 

Bento XVI afirmou que a Epifania, "a manifestação do senhor Jesus, é um mistério multiforme" e que a tradição latina a identifica como a revelação do messias de Israel ao povo pagão, enquanto a oriental a relaciona ao batismo de Jesus no Rio Jordão.

 

O líder da Igreja Católica declarou que 2009 será dedicado em modo especial à astronomia e disse que este ano se celebra o quarto aniversário da primeira observação no telescópio de Galileu Galilei.

 

Os reis magos eram "com quase toda probabilidade astrônomos" e de seu ponto de observação, "talvez na Mesopotâmia", notaram a aparição de um novo astro na Palestina e interpretaram o fenômeno celeste "como o anúncio do nascimento de um rei, precisamente, segundo as Escrituras, o rei dos judeus".

 

Bento XVI afirmou que as diferentes interpretações sobre o fato cosmológico são simbólicas e teológicas, pois – disse – "enquanto a teologia pagã diviniza os elementos e as forças do cosmos, a fé cristã leva a bom termo a revelação bíblica e contempla um único Deus, criador e senhor do universo".

 

O papa Bento XVI fez também um apelo à comunidade internacional para que tenham fim os episódios de violência contra as crianças "considerando que 2009 marca o 20º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança".

 

Bento XVI pediu um firme compromisso à comunidade internacional "para renovar a defesa, a proteção e a promoção da infância no mundo inteiro", pois "as crianças são a riqueza e a bênção do mundo, especialmente daqueles aos quais foi negada uma infância serena".

 

O líder da Igreja Católica afirmou isto durante sua felicitação às Igrejas Orientais que se regem pelo calendário Juliano e que amanhã celebram o Natal.

 

O papa fez alusão às dezenas de crianças e jovens que nos últimos meses, incluído o Natal, foram seqüestrados por grupos armados, que atacaram os povos e causaram inúmeras vítimas feridas na província oriental da República Democrática do Congo (RDC).

 

Além disso, fez um apelo aos autores de tais "brutalidades desumanas, para que devolvam as crianças a suas famílias e a seu futuro de segurança e desenvolvimento" ao que têm direito.

 

Declarou que "infelizmente" estes episódios são registrados em outras partes do mundo e os qualificou de "desprezíveis".

 

Expressou também sua "proximidade espiritual com as igrejas locais, que também se vêem afetados nas pessoas e em suas obras, e convocamos os pastores e fiéis a serem fortes e firmes na esperança".

 

No início do Ângelus, o papa afirmou que Jerusalém "somos todos nós", em referência a "Jesus rei dos Judeus, que é o Deus da misericórdia e da fidelidade".

 

Logo após o final da celebração o papa cumprimentou os peregrinos em italiano, francês, inglês, alemão, espanhol e polonês.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios