Notícias

Papa Bento XVI pede que leis garantam direitos iguais para as mulheres

O papa Bento XVI pediu neste domingo (22), durante o penúltimo dia de sua visita à África, que os direitos das mulheres do continente e sua dignidade sejam afirmadas e protegidas também "mediante instrumentos legais, onde estes forem necessários".

O Pontífice deu estas declarações durante um encontro com movimentos católicos para a promoção de mulher na paróquia de Santo Antonio, bairro pobre da cidade de Luanda, capital de Angola.

 

Bento XVI fez uma homenagem às "tantas heroínas silenciosas que são as mulheres" de Angola e da África, que carregam sobre suas costas o peso da família e da economia rural.

"Se pensares nas terras onde abunda a pobreza, nas regiões devastadas pela guerra, em tantas situações trágicas resultantes da migração forçada ou não… são quase sempre as mulheres que mantêm intacta a dignidade humana, defendendo a família e tutelando os valores culturais e religiosos", ressaltou o Papa.

"A história registra quase exclusivamente as conquistas dos homens quando na realidade uma parte importantíssima se deve às ações determinantes, perseverantes e benéficas das mulheres", continuou o Pontífice se dirigindo a um grupo de angolanas.

O reconhecimento público do papel da mulher, no entanto, advertiu o Papa, não deve "diminuir a insubstituível função que elas possuem dentro da família".

Na manhã deste domingo, Bento XVI celebrou uma missa ao ar livre na Esplanada de Cimangola, nos arredores de Luanda, evento que contou com a presença de mais de um milhão de pessoas.

Durante a celebração eucarística, o Pontífice instou a população a se libertar de todos males como a avidez, o aborto, a rivalidade étnica, as guerras e a corrupção, e a criar um futuro de reconciliação, justiça e paz.

No início da missa Bento XVI também manifestou sua profunda dor pela morte de duas moças angolanas neste sábado durante a abertura dos portões do Estádio Municipal dos Coqueiros, onde o Papa realizou um encontro com milhares de jovens.

África, "levante-se e entre no caminho para construir um amanhã melhor", foi a mensagem de Bento XVI diante da multidão de fiéis.

"Tragicamente as nuvens do mal escurecem também a África, incluindo esta amada nação Angola", ressaltou.

"Pensamos no flagelo da guerra, nos choques tribais, nas rivalidades étnicas, na avareza que corrompe o coração das pessoas, reduz à escravidão os homens e priva as gerações futuras dos recursos que necessita para criar uma sociedade mais solidária e mais justa, uma sociedade autenticamente africana em sua capacidade e em seus valores", afirmou o Pontífice.

Bento XVI manifestou sua satisfação por se encontrar nesta "bela e sofrida terra", e aludiu às guerras, como o conflito na região dos Grandes Lagos (em países como Angola, Ruanda e Burundi), que enlutam o continente africano.

O Papa destacou que essas guerras destruíram as famílias, estimulando o ódio e a vingança e apenas criaram destruição e injustiças.

Em Angola, Bento XVI encerrará na próxima segunda-feira a última etapa de sua viagem ao continente Africano, que contou também com uma passagem por Camarões.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios