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Tarso Genro diz que decisão sobre caso Battisti deve ser técnica

O ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou que a resolução da situação do italiano Cesare Battisti deve ser "técnica". "Finalmente, [chega-se] à conclusão, que é técnica, de que compete agora ao Poder Judiciário dirimir alguma dúvida, se dúvida houver", disse, em Belém (PA), onde está para participar do Fórum Social Mundial.

 

Sobre a nota oficial do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, Tarso disse que ela "confirma precisamente" o que ele tem "manifestado a respeito do assunto". "Isto [a não-extradição de Battisti] não alteraria em nada as nossas relações de colaboração, de afeto, de integração com a Itália."

 

Berlusconi divulgou uma nota afirmando que tentará todos os recursos jurídicos para reverter a decisão do Ministério da Justiça e extraditar o italiano, ainda que essas tentativas não afetem as relações diplomáticas com o Brasil.

 

Tarso criticou a "grande mídia" por "maquiar" a crise do "capital financeiro como se fosse um acidente" e defendeu que o governo Lula está fortalecendo a soberania do país.

 

"A grande mídia legitima o modelo neoliberal, institui o centro da elaboração dessa estratégia de desenvolvimento do 'deus mercado' […], da precariedade e do sufocamento de políticas públicas que visassem o mínimo do combate à desigualdade social", afirmou.

 

"Todos aqueles que militaram […] durante esse período [neoliberal] sabem o constante massacre midiático que faziam contra qualquer ideia que rejeitasse esse modelo. Nos chamavam se dinossauros, de 'estatólatras', de atrasados, de subdesenvolvidos," afirmou.

 

Ele disse que "a mídia" não tem generosidade com a anistia política. "A grande preocupação que eles têm é ver quanto é que o Estado está gastando para fazer as indenizações, sem em nenhum momento se perguntar quanto que o Estado gastou para matar, torturar, sufocar a liberdade democrática."

 

Em uma alusão indireta ao caso de Battisti, Tarso afirmou que o governo federal está forjando o "Estado de Direito, através de reuniões como essa [de ontem], de outras decisões soberanas que o Estado brasileiro toma, [com] a coragem de aplicar as nossas leis de maneira soberana".

Ao final do discurso, um conselheiro do comitê pediu a palavra e elogiou Tarso pela decisão de manter Battisti no país, pois, para ele, esse foi um ato que mostrou a "dignidade de fazer prevalecer aquilo que está escrito na nossa Constituição".

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