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Maradona e o resgate do sul da Itália – Por Dr. Rodrigo Capobianco

Ciao a tutti, come và?

No dia 25 de novembro de 2020 o mundo perdeu um de seus maiores ídolos, um semi-deus ou para alguns um Deus, Diego Armando Maradona. O argentino faleceu em sua casa, em Tigre na grande Buenos Aires por problemas cardíacos aos 60 anos.

As manifestações de apreço e despedida se deram em todo mundo, mas em Nápoles – Itália, o sentimento de paixão pelo ídolo é diferente e supera as quatro linhas do campo de futebol.

Diego Armando Maradona, um dos maiores craques que o planeta bola já produziu, atuou pela equipe do Napoli dos anos 1984 a 1991, conquistando os títulos do campeonato italiano da temporada 1986-87 e 1989-90, dois únicos títulos do campeonato italiano do Napoli e ainda a Copa da UEFA em 1989, primeiro título continental do Napoli, além de apresentar outras grandes atuações nas demais temporadas.

Porém, o sucesso de Maradona no Napoli vai muito além das quatro linhas do campo de futebol, se misturando com a história de Itália e o eterno conflito entre o norte e o sul da bota.

A equipe do Napoli era, quando da chegada de Diego, uma pequena equipe, como todas as pequenas equipes do sul da Itália.

O futebol era dominado pelas equipes do norte, em especial a poderosa Juventus de Turim e as equipes milanesas do Milan e da Internazionale.

Com a chegada de  “el pibe de ouro” (o garoto de ouro), Nápoles e o sul da Itália passou a ser respeitado no mundo do futebol.

Destaque-se que Maradona rejeitou a proposta da Juventus para se transferir do Barcelona para Turim, preferindo o Napoli.

A identificação com a torcida e com a região foi imensa, um casamento perfeito, a ponto de na Copa do Mundo de Futebol de 1990, que se passou na Itália, na semifinal do torneio a Itália enfrentou a Argentina de Maradona, no estádio San Paolo em Nápoles e a torcida ficou absolutamente dividida em torcer para o seu país e torcer por Maradona acirrando ainda mais a rivalidade do sul e do norte.

À época, declarou Maradona: “Durante trezentos e sessenta e quatro dias do ano, vocês são considerados pelo resto do país como estrangeiros e, hoje, têm de fazer o que eles querem, torcendo pela seleção italiana. Eu, por outro lado, sou napolitano durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano”.

A Argentina venceu aquele jogo e foi à final perdendo para a Alemanha.

Dr. Rodrigo Capobianco é advogado ítalo-brasileiro e colaborador da Rádio Italiana.

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