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Papa Francisco pede aos jovens que não se “entreguem” ao tráfico

Em uma missa que reuniu mais de 50 mil jovens, o papa Francisco pediu que eles "não se entreguem" ao tráfico e se "atrevam a sonhar" com uma vida digna.

"É mentira que a única forma possível de viver, de poder ser jovem, é deixar a vida nas mãos do narcotráfico ou de todos aqueles que a única coisa que fazem é semear a destruição e a morte. Isso é mentira", declarou o Pontífice aos jovens da cidade de Morelia, no México.

Lembrando que muitas pessoas no país "não sentem seus direitos reconhecidos", o sucessor de Bento XVI recordou que é "difícil" crescer sem ter as oportunidades de estudo e formação. Mas, condenando a cultura do descarte, ressaltou que os jovens não podem ser iludidos de que sucesso é apenas ter dinheiro para comprar "roupas de marca e os últimos lançamentos da moda".

Para ter a alegria plena e conquistar objetivos verdadeiros é preciso ter Jesus, segundo o Pontífice. "A vitória não está em não cair, mas em não permanecer caído. Essa é a arte! E quem é o único que pode agarrar a sua mão para que não permaneças caído? É Jesus, o único!", disse.

Jorge Mario Bergoglio estendeu seu pedido também aos religiosos, alvos frequentes de ameaças e de assassinatos de grupos criminosos que atuam em um dos estados mais violentos do país.

Para o líder católico, é preciso que padres e bispos não tenham "resignação" para encarar a violência local e dar seu testemunho de Jesus Cristo.

"Que tentação pode vir de ambientes muitas vezes dominados pela violência, pela corrupção e pelo tráfico de drogas? Nesta realidade, podemos ser vencidos pela arma favorita do diabo, que é a resignação. Além de nos fazer temer, ela nos entrincheira em nossas sacristias e em uma aparente segurança", destacou.

O estado de Michoácan, cuja Morelia é a capital, é famoso internacionalmente pela violência. Dominado pelo cartel "Os Cavaleiros Templários", episódios de assassinatos em massa – e também de religiosos – são bastante comuns. Na última década, de acordo com dados da diocese mexicana, cerca de 40 religiosos foram mortos pelo grupo.

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