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Papa Leão XIV será “incômodo” como Francisco, diz ex-premiê italiano

O ex-primeiro-ministro da Itália Giuseppe Conte, líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), disse acreditar que Leão XIV será “desconfortável” como o papa Francisco foi e isso fará com que os excessos dos líderes políticos, incluindo o presidente dos Estados Unidos, “pareçam ruins”.

“Acredito que ele conseguirá se fazer ouvir e falar com uma lógica que não é típica de nenhuma facção política e espero que ele também se sinta ‘desconfortável’, à sua maneira, como [Jorge] Bergoglio se sentiu”, declarou em entrevista ao jornal italiano “La Stampa”.

Para o político italiano, Robert Francis Prevost “se tornará uma grande referência espiritual e moral também nos Estados Unidos” e “sua figura sólida fará com que os excessos não só de Trump, mas de todos os políticos que, nos EUA, na Itália e em todos os lugares, pretendem resolver problemas com anúncios e ações demonstrativas pareçam ruins”.

Conte destacou que “não enquadraria” Leão XIV apenas “como um papa norte-americano”, porque “seus anos como missionário nas dioceses pobres do Peru lhe garantiram “o cheiro das ovelhas” e a propensão ao estar “no meio do rebanho”, não trancado em palácios apostólicos.

Segundo o ex-premiê da Itália, “em um mundo dilacerado por guerras, competição econômica e fundamentalismo, fragmentado pela injustiça e desigualdade, a palavra ‘paz’, que ressoou diversas vezes em seu primeiro discurso, não é neutra”.

“O papel da Igreja no mundo será medido principalmente por ela: construir pontes, aproximar pessoas em conflito por meio da escuta e do diálogo”, acrescentou ele, lembrando das palavras do papa Francisco, falecido em 21 de abril em decorrência de um AVC: “Desarmar palavras, mentes, a terra”.

Sobre possíveis mudanças na política para a Ucrânia e no Oriente Médio sob Leão XIV, Conte afirmou que acredita “que a Igreja, com sua rede diplomática e suas reconhecidas qualidades de sabedoria, pode ser a maior promotora da paz e das negociações no mundo”.

“Essa tarefa deve ser realizada, secularmente, pela ONU, que, no entanto, está em grave crise há anos, sem a vontade política de reformá-la e relançá-la”, concluiu. 
   

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