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Parentes de vítimas de pedofilia se reúnem em Genova

Parentes dos jovens supostamente vítimas de abuso sexual de Riccardo Seppia, pároco do bairro genovês de Sestri Ponente, avaliam se constituir como demandantes e ser representados por um único advogado.

Seppia foi preso sob a acusação de abuso sexual de menores e fornecimento de drogas.

"Queremos nos unir e agir juntos para conseguir justiça", disse o pai de um dos meninos, ouvido recentemente pelos investigadores. "Não queremos vingança, mas esse homem causou muitos danos a esses meninos e é justo que pague", acrescentou.

Pelo menos quatro famílias já testemunharam perante a polícia de Genova, que investiga o caso.

"A polícia nos fez ouvir as escutas telefônicas (das conversas do religioso, ndr) e os comentários terríveis desse homem sobre nossos filhos. São coisas horrendas, impossíveis de repetir…", comentou esse mesmo pai.

Estas escutas, citadas no despacho de 40 páginas de um juiz de investigações de Milão (antes que os autos do inquérito fossem enviados ao Ministério Público de Genova), mostram que o pároco procurava adolescentes de no máximo 15 anos.

"Os de 16 já são muito velhos… Melhor se tiverem problemas familiares, algum desconforto, e ainda melhor se forem usuários de drogas", disse ele em uma das conversas interceptadas.

Aparentemente, o religioso frequentava saunas e academias de Milão. Em Genova, as vítimas eram atraídas por um traficante que, quando fazia o contato, dava o número do telefone ao padre. Este último prometia cocaína em troca de serviços sexuais. As mensagens e os telefonemas do sacerdote eram insistentes, podendo chegar a várias dezenas por dia.

Dom Riccardo Seppia foi preso espreitando possíveis vítimas em um matagal na última semana. Ele foi interrogado na prisão de Marassi, durante o qual o religioso voltou a usar seu direito de não responder.

Também apareceu a escrita "Tire suas mãos das crianças. Dom Riccardo pedófilo infame", ao lado da porta principal da igreja do Espírito Santo, em Sestri Ponente, a paróquia do padre preso, acusado de tentativa de abuso sexual de menores e fornecimento de drogas.

"Dom Riccardo está pronto para assumir suas responsabilidades e cooperar com os juízes'', disse seu advogado, Paolo Bonanni, ao sair da prisão. Ele também acrescentou que a colaboração só vai ocorrer depois de ler toda a documentação do inquérito e entrar com recurso junto ao Tribunal para o reexame. ''Solicitaremos um novo interrogatório nos próximos dias, mas só depois de ler todos os documentos'', acrescentou o advogado. (ANSA)

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