A participação da Itália na missão militar na Líbia comandada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) fez uma diferença positiva, segundo um diretor da organização.
"Na última semana, a Itália participou dos ataques que ocorreram com um bom fim", declarou o diretor de operações da Operação "Unified Protector", Rob Weighill, em coletiva de imprensa.
Ele indicou que "as intervenções aéreas italianas trouxeram grandes benefícios às operações". "Estamos gratos à Itália por aquilo que fez ao dar início às operações seja como a zona de exclusão aérea, seja como o embargo [de armas]", apontou.
Dois aviões Tornado e dois caças F-16, italianos, decolaram hoje de Trapani, no extremo sul da Itália, e ontem foram enviados dois Tornados, armados com bombas e dois Eurofigher de escolta.
Diferente da intervenção militar no Afeganistão — onde forças italianas atuam dentro da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), comandada pela OTAN –, as primeiras informações da participação italiana estão foram divulgadas por porta-vozes da organização, e não do país envolvido.
O sub-secretário de Defesa italiano, Guido Crosetto, informou que a participação da Itália na intervenção bélica tem um custo de "150 milhões de euros em três meses", o equivalente a quase RS$ 352,2 milhões.
O chanceler italiano, Franco Frattini, declarou que Roma foi "obrigada" a participar da intervenção militar internacional sobre a Líbia. Ele explicou que o ditador Muammar Kadafi era "um líder que aparecia como um interlocutor internacional" que passou a ser um "massacrador de civis".
Em um encontro de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), o ministro das Relações Exteriores da Itália atestou que "ainda hoje temos visto estragos horríveis", defendendo que a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) esteja justificando a intervenção militar no país norte-africano.
A participação italiana na intervenção foi criticada pelo prefeito de Verona, Falvio Tosi, do partido direitista Liga Norte. Em entrevista ao jornal Gazzettino, ele explicou que "o premier [Silvio Berlusconi] esteve por um bom tempo inerte e se deixou mudar por [Nicolas] Sarkozy".
Antes da reunião entre o primeiro-ministro da Itália e o presidente francês, Roma só estava participando da ação cedendo suas bases militares na Europa, com uma proximidade estratégica da costa norte da Líbia, e com a vigilância da zona de exclusão aérea, sem ter bombardeado regiões para atacar alvos de Kadafi. (ANSA)