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Governo italiano contesta lei sobre terceiro mandato

O governo italiano contestou uma lei aprovada recentemente na província autônoma de Trento que aumenta de dois para três a quantidade de mandatos consecutivos de um governador local.

A medida trentina, que terá sua legitimidade julgada pelo Tribunal Constitucional, poderá favorecer o atual ocupante do cargo, Maurizio Fugatti, do partido ultranacionalista Liga, que aspira um terceira mandato. No entanto, a questão causou polêmica, tanto que expoentes da sigla do vice-premiê e ministro de Infraestrutura, Matteo Salvini, se manifestaram em sentido contrário.

A decisão do governo italiano aconteceu pouco tempo após a mesma corte ter estabelecido a inconstitucionalidade de uma lei regional na Campânia que, na prática, visava permitir o governador Vincenzo De Luca, do centro-esquerdista Partido Democrata (PD), a concorrer a um terceiro mandato consecutivo.

“Consideramos isso um ato institucional gravíssimo contra as prerrogativas da autonomia trentina, com um claro valor político. As autonomias especiais, como o Tribunal Constitucional afirmou nas entrelinhas na decisão da Campânia, que têm poder legislativo exclusivo nesta matéria. Portanto, consideramos isso um ato contra a autonomia do Trentino”, declarou Fugatti.

Salvini afirmou que um terceiro mandato em Trento “não é nenhum problema”, pois é uma “questão local”. Já o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, avaliou que “prevalece sempre a lei nacional”.

A ação do governo de Giorgia Meloni deverá agravar as já tensas diferenças entre os partidos Irmãos da Itália (FI) e Liga em questões regionais.

“Na questão do terceiro mandato para governadores regionais, a centro-direita está em desordem. A prova disso veio com a divisão interna no governo que decidiu contestar a lei eleitoral de Trento, com a oposição da Liga”, declarou Vanessa Camani, líder do PD no Conselho Regional do Vêneto. 

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