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Perto de adeus, presidente italiano Giorgio Napolitano apoia reformas do primeiro-ministro Renzi

Às vésperas de um provável adeus, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, realizou aquele que está sendo visto como uma espécie de discurso de despedida. Ele fez em Roma o tradicional pronunciamento anual para os principais representantes do Estado, que ocorre sempre pouco antes da pausa de Natal.

Durante 26 minutos, Napolitano alertou para o risco de instabilidade política no país e criticou a atual situação da economia, mas apoiou as reformas encampadas pelo primeiro-ministro Matteo Renzi.

"É um programa vasto, mas que deu a sensação de que a mudança se tornou indispensável e inevitável. Que não se diga que há precipitação, que se procede com muita pressa. Quem discorda das reformas institucionais não deve fazê-lo com táticas inescrupulosas", disse o chefe de Estado.

Desde que assumiu o governo, em fevereiro deste ano, Renzi vem tentando emplacar um ritmo intenso de mudanças na Itália e já conseguiu aprovar algumas delas, com destaque para a reforma trabalhista, que entra em vigor em janeiro.

O projeto irá flexibilizar as leis e as formas de contratação na nação, mas é alvo de protestos de organizações de trabalhadores. "Aos sindicatos, pelos quais sempre torço para que sejam construtivamente unidos, peço respeito às prerrogativas das decisões do governo e do Parlamento e um esforço convergente de diálogo em questões vitais de interesse geral", acrescentou.

Segundo Napolitano, a democracia irá enfrentar ainda muitos desafios, principalmente em função da crise econômica. Atualmente, o país enfrenta dificuldades para sair da recessão e tem a mais alta taxa de desemprego de sua história.

"Na sociedade italiana há um mal-estar disseminado. Existe muito sofrimento autêntico, tensões, vontade de agir, impulso para protestar e resignação, não raiva", ressaltou o mandatário, que se mostrou preocupado com um clima "excessivamente impregnado de negatividade".

"Foi um discurso de alto nível, de grande perfil", comentou Renzi. Apesar de até o momento não ter havido nenhum anúncio oficial, dá-se como certo na Itália que Napolitano irá confirmar sua renúncia no discurso de final de ano, em 31 de dezembro.

Aos 89 anos, ele ocupa o cargo desde 2006 e está em seu segundo mandato como presidente, sendo que sua reeleição ocorreu após um pedido do Parlamento, que em 2013 não conseguia chegar a um acordo para escolher seu sucessor.

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