
O Poder do Executivo da União Europeia apresentou uma proposta para reduzir as relações comerciais com Israel e sancionar ministros “extremistas” do país judeu, na esteira da ofensiva terrestre contra a Cidade de Gaza.
Segundo a alta representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, o objetivo desse “robusto pacote de sanções” não é “punir Israel”, mas sim “melhorar a situação” na Faixa de Gaza.
“A guerra precisa acabar, o sofrimento precisa acabar, e todos os reféns devem ser libertados”, acrescentou. De acordo com Kallas, o pacote prevê sanções contra “ministros israelenses extremistas”, bem como “colonos violentos e membros do Hamas”, porém ela não citou nomes.
Dois ministros de ultradireita de Israel, Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças), já sofreram sanções de países de fora da UE, como Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido, e também foram proibidos de entrar em alguns membros do bloco, como Eslovênia, Espanha e Holanda.
Do ponto de vista econômico, a proposta da Comissão Europeia suspende boa parte do tratado comercial preferencial entre UE e Israel, equivalente a 37% do intercâmbio bilateral, sobretudo produtos agrícolas, que passarão a pagar tarifas maiores. Além disso, Bruxelas paralisou o apoio bilateral ao governo israelense, com o congelamento de 9,4 milhões de euros (R$ 58,9 milhões) em ajudas.
A parte política das sanções precisará de aprovação unânime dos Estados-membros e deve enfrentar resistência de países como Alemanha e Hungria. Já a parte comercial dependerá de um aval por maioria qualificada, segundo fontes de Bruxelas.
“As opiniões públicas estão mudando dentro dos Estados-membros porque as pessoas querem que os sofrimentos em Gaza acabem. Agora teremos uma discussão, mas, ao mesmo tempo, as posições políticas permanecem como estavam”, disse Kallas.