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Polícia italiana prende 18 atravessadores de imigrantes ilegais

A polícia italiana prendeu dezenas de pessoas no país, 11 só em Bolonha e 15 em Roma, pertencentes a uma rede criminosa de tráfico de imigrantes ilegais que utilizava a Itália como base para receber e distribuir os estrangeiros para outros países europeus. 

Os atravessadores foram detidos por uma ordem de custódia cautelar emitida pelo juiz para investigações preliminares Nicola Lariccia, do Tribunal de Lecce, requisitada pelo procurador do Distrito Antimáfia da capital, Guglielmo Cataldi. 

A investigação foi conduzida pelo Serviço Central de Operações (SCO) e pelos esquadrões móveis de Lecce, Bolonha e Ravenna, sob a coordenação da Direção Nacional Antimáfia (DIA) e das promotorias de Bolonha e Lecce. 

Os estrangeiros levados para a Europa – em sua maioria procedentes do  Paquistão, Iraque e Afeganistão – estavam "em constante perigo de vida" por conta das más condições de transporte tanto para o território italiano como para outras nações, principalmente Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Inglaterra, Suécia e Suíça. 

Para chegar à Itália eles pagavam entre € 1 mil e € 2 mil por pessoa por meio de escritórios de transferência de dinheiro de vários países do Oriente Médio, que lhes forneciam senhas. Dessa forma, o pagamento só era efetuado após o desembarque do estrangeiro na Itália, que então dava à organização a senha para que o criminoso pudesse completar a transferência monetária. 

De acordo com a polícia, o grupo de 11 pessoas (10 afegãos e um iraniano) presas hoje (6) em Bolonha e os 15 detidos em Roma davam apoio logístico ao tráfico de imigrantes, hospedando-os, oferecendo-lhes documentos de habitação e de trabalho falsificados e organizando suas próximas viagens, que geralmente eram realizadas por trens. 

Esse serviço custava para cada imigrante de € 500 a € 1 mil e para dar prosseguimento eram pagos de € 5 mil a € 15 mil. 

Segundo informações dos investigadores, a organização se dividia em uma central operacional na Grécia e na Turquia e tinha várias células em cidades da Itália, como Roma, Milão, Ascoli Piceno, Bari, Bologna, Bergamo, Brescia, Cremona e Teramo. 

O crime começou a ser investigado a partir de maio de 2010, quando 65 afegãos clandestinos foram encontrados em um navio com a bandeira da Inglaterra a serviço da Adriatica Lines que desembarcou em Porto Corsini, em Ravena. A embarcação, legal, transportava turistas e automóveis, e os imigrantes foram encontrados amontoados em uma caixa dentro de um caminhão que transportava laranjas. 

A polícia italiana começou a investigar as entradas ilegais de imigrantes após o registro de casos semelhantes, como em 30 de agosto de 2010, quando mais trinta imigrantes provenientes do Oriente Médio, sobretudo afegãos, paquistaneses e indianos, desembarcaram em Porto Selvaggio a bordo de um veleiro com bandeira dos Estados Unidos. Na ocasião, a polícia prendeu três contrabandistas da Geórgia. 

Os inquéritos levaram a equipe móvel de Lecce a descobrir que o grupo levava os imigrantes clandestinos primeiramente à Turquia, para depois encaminhá-los para a Grécia, e, em seguida, para a Itália, desembarcando em Lecce ou em Crotone, na Calábria.

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