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Polícia italiana prende 29 mafiosos em cinco regiões

Uma organização mafiosa do clã dos Casalesi da Camorra, o mais poderoso e temido da região da Campania (sul da Itália), foi desbaratada pela polícia do Veneto, no norte do país.

Os agentes de Vicenza (no Veneto) executaram 29 mandados de prisão em cinco regiões da península. A operação, coordenada pela Direção Antimáfia, se realizou após as investigações por associação do tipo mafiosa, fraude, extorsão e exercício abusivo da atividade de intermediação financeira.

As atividades criminosas do grupo, cuja cúpula se remete ao clã dos Casalesi, de Caserta, que se tornou particularmente perigoso diante da delicada situação econômica e pelo uso de métodos violentos tipicamente mafiosos, tinham como foco pessoas em dificuldades financeiras.

A fachada legal para as atividades criminosas era a empresa Aspide de recuperação de crédito, com sede em Pádua (Veneto), a base logística da qual emanavam as diretrizes, se planejavam as atividades de captação de recursos e as ações punitivas contra os devedores.

A organização armada, hierarquicamente estruturada para as operações e dirigida com determinação implacável por Mario Crisci, chamado de "doutor", concedia créditos com taxas extorsivas (até 180% ao ano) às vítimas, até sufocá-las, obrigando-as a ceder suas atividades econômicas (empresas e bens avaliados em vários milhões de euros).

É provável que isso derivasse na obtenção, pela estrutura criminosa, de novos "clientes", pessoas desesperadas por conta da dívida, que crescia vertiginosamente em um curto espaço de tempo.

Frente aos atrasos no pagamento, se acionavam golpes brutais. O dinheiro chegava aos "caixas" através do engenhoso sistema dos cartões pós-pagos (recarregados pelas próprias vítimas), que também servia para distribuir entre eles compensações para a atividade criminal (salários mensais propriamente ditos) e para satisfazer as necessidades econômicas dos membros da Camorra detidos e suas famílias.

A investigação, realizada com escutas, serviços de monitoramento e rastreamento, e com a ajuda de inspecções técnicas da polícia, resultou na apreensão de farta documentação e evidências em poder da organização (cheques, documentos distintos e cessões de crédito de cerca € 4 milhões), além de armas e munições de guerra.

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