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POLÍTICA: Direita avança, mas esquerda mantém bastiões na Itália

As eleições regionais na Itália, realizadas em 20 e 21 de setembro, registraram um novo avanço da coalizão liderada pelo senador de extrema direita Matteo Salvini (Liga), mas sua aliança não conseguiu conquistar bastiões históricos da esquerda, como a Toscana, principal campo de batalha no pleito.

Incentivado por pesquisas que indicavam uma disputa acirrada, o ex-ministro do Interior promoveu uma intensa agenda de comícios pelas cidades toscanas para promover sua candidata a governadora, a eurodeputada Susanna Ceccardi (Liga).

A esquerda governa a região desde sua instituição, em 1970, e a vê como o coração “vermelho” de um país onde a direita se torna cada vez mais predominante. Uma vitória da Liga seria inédita e fortaleceria o projeto nacional de Salvini, mas todas as projeções apontam uma vitória do candidato Eugenio Giani, do Partido Democrático (PD), com cerca de 47% dos votos, contra 41% de Ceccardi – a apuração ainda está em curso.

As projeções também deram boas notícias para a esquerda na Campânia, com uma vitória esmagadora do governador Vincenzo de Luca (PD), que ganhou popularidade com sua postura “linha dura” na pandemia do novo coronavírus e, segundo as previsões, terá cerca de 67% dos votos.

Já na Puglia, outra região comandada pela esquerda, as projeções dão vantagem para o governador Michele Emiliano (independente), com 46%, sobre o eurodeputado Raffaele Fitto (Irmãos da Itália), com 37%. As pesquisas pré-eleições indicavam uma disputa mais apertada, com ligeira vantagem para Fitto.

Direita

A coalizão encabeçada por Salvini e pela Liga ainda inclui o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, e a legenda de ultradireita Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni.

A aliança obteve vitórias tranquilas no Vêneto, com Luca Zaia (Liga), e na Ligúria, com Giovanni Toti (Mudemos!, dissidência do FI), além de ter tirado a esquerda do governo em Marcas, com a vitória de Francesco Acquaroli (FdI).

Já no Vale de Aosta, menor e menos populosa região da Itália, não há eleição direta para governador, mas pesquisas de boca de urna colocam a Liga na liderança da preferência do eleitorado, com 20% a 24% dos votos, seguida pelo Progresso Cívico Progressista (coalizão que inclui o PD), com 13% a 17%.

A formação do governo no Vale de Aosta, no entanto, dependerá de alianças com os partidos que representam a minoria linguística francesa. Ainda não há nenhuma projeção para a região.

Avanço conservador

A esquerda iniciara 2018 no comando de 14 das 20 regiões da Itália, mas as eleições legislativas de março daquele ano chacoalharam o mapa político nacional e catapultaram Salvini ao posto de líder mais popular do país.

Desde então, a coalizão guiada pelo ex-ministro desbancou a esquerda em eleições para governador em Abruzzo, Basilicata, Friuli Veneza Giulia, Molise, Piemonte, Sardenha e Úmbria, além de Marche.

“Como sempre e mais do que sempre, também desta vez eu digo obrigado aos milhões de italianos e italianas que nos deram confiança.

Sua conta anda inclui o Trentino-Alto Ádige, governado por Arno Kompatscher, expoente da minoria de língua alemã, mas que desde fevereiro de 2019 conta com apoio da Liga, e o Vale de Aosta.

Já a esquerda, além das vitórias em Campânia, Puglia e Toscana, também está no poder no Lazio, onde fica a capital Roma, e na Emilia-Romagna, outro bastião vermelho que a Liga ficou perto de conquistar, no início de 2020.

Na ocasião, o movimento das Sardinhas, criado para fazer frente ao avanço da extrema direita, foi determinante para manter a região sob governo do PD. “Estamos muito satisfeitos com os dados. Em uma situação muito difícil e fragmentada, nossas expectativas foram confirmadas”, disse o líder do Partido Democrático e governador do Lazio, Nicola Zingaretti

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