Tanto a Liga Norte, aliado da maioria que apoiava o governo de Silvio Berlusconi, como Itália dos Valores (IDV), partido do ex-procurador anticorrupção Antonio Di Pietro, confirmaram hoje se opor à escolha de Mario Monti como primeiro-ministro de um "Executivo técnico" para enfrentar a crise financeira que ameaça o país.
"Se o presidente da República Giorgio Napolitano der o encargo de formar um governo para alguém como Mario Monti, que não faz parte da maioria que venceu as eleições de 2008, a Liga não vai apoiá-lo e passará a ser oposição", disse o ministro do Interior, Roberto Maroni, um dos principais líderes do partido de Umberto Bossi.
Maroni disse conhecer Monti no plano pessoal e estimá-lo muito, mas "a posição da Liga é clara: se a coalizão de 2008 não é capaz de seguir em frente, a decisão sobre quem deve governar deve ser deixada aos cidadãos, principalmente em um momento como este. Creio que esta seja a melhor maneira de respeitar os ditames da Constituição".
Já Di Pietro confirmou que o "IDV diz 'não' a este governo técnico: não votaremos na confiança e ficaremos de fora".
"Fala-se de um governo que responde ao sistema bancário, ao sistema financeiro e até ao sistema da especulação: não é o sistema dos interesses dos cidadãos italianos, que não são constituídos pelos bancos. É preciso distinguir a realidade da desinformação, em poder do sistema bancário e financeiro", opinou o ex-procurador.
