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POLÍTICA ITALIANA: Matteo Renzi conclui consultas para formar novo governo na Itália

Encarregado de formar um novo governo na Itália, o secretário do Partido Democrático (PD), Matteo Renzi, concluiu as reuniões com todas as forças políticas representadas no Parlamento para apresentar um gabinete ao presidente Giorgio Napolitano.

O provável futuro premier do país se encontrou com os líderes das três principais legendas italianas. A primeira delas foi o Forza Italia (FI), comandado pelo senador cassado Silvio Berlusconi, que prometeu sua "disponibilidade" para apoiar projetos de reformas eleitoral, fiscal e judiciária, mas garantiu que vai permanecer na oposição. "Renzi tem a metade da minha idade, isso é algo bom para a renovação", elogiou o Cavaliere ao final da negociação, que durou cerca de uma hora e meia.

Depois foi a vez do próprio PD, representado pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, Roberto Speranza. Segundo ele, a reunião girou em torno de questões sociais e econômicas. "Precisamos devolver força e oxigênio às famílias e às empresas. O governo que nascerá deverá abrir uma nova era", declarou o político. Mas o momento mais tenso das consultas ficou para o final. Renzi recebeu o fundador do Movimento 5 Estrelas (M5S), o comediante Beppe Grillo, que não queria se encontrar com o futuro premier, mas foi "obrigado" após os eleitores da legenda votarem a favor da negociação em uma enquete colocada em seu site.

No entanto, assim que se sentou à mesa com o secretário do PD, o humorista iniciou seu show habitual e, gritando, mal deixava Renzi falar. "Eu não vim aqui conversar sobre programa. Quero exprimir minha total indignação por aquilo que você é", atacou o líder do M5S, que é caracterizado pelo discurso contra todos os políticos. O ex-prefeito de Florença rebateu e acusou Grillo de nunca ter sido democrático. "Isso aqui não é o trailer dos seus espetáculos, os seus eleitores te pediram para se reunir comigo, mas você nunca foi democrático", respondeu.

A discussão acabou gerando uma repercussão negativa até dentro do próprio movimento. Quatro senadores do partido divulgaram uma nota conjunta criticando o seu fundador pelo seu comportamento no encontro, definindo-o como uma "ocasião perdida". Contudo, ao final da jornada de reuniões, Renzi se mostrou satisfeito. "Depois de um dia e meio de encontros, diálogos e aprofundamentos, estou convencido de que tenho as condições para fazer um ótimo trabalho", disse.

Nos próximos dois dias, o secretário do PD vai procurar desfazer os últimos nós do seu programa e definir os nomes que vão compor seu Ministério. Ele deve anunciar o novo governo no próximo sábado (22), para na segunda seguinte se submeter ao voto de confiança no Parlamento.

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