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POLÍTICA: Novo primeiro-ministro italiano Mario Monti inicia consultas para montar gabinete

O novo premier da Itália, Mario Monti, iniciou as consultas às forças políticas do país para compor o próximo gabinete de ministros, logo após ser nomeado pelo presidente Giorgio Napolitano para conduzir a próxima gestão.

Na sede do Senado, o Palazzo Giustiniani, Monti já recebeu a representação parlamentar das minorias lingüísticas do Vale de Aosta, região autônoma e de cultura bilíngüe ítalo-francesa.

Até agora, apenas a Liga Norte, que compunha a maioria parlamentar sob a gestão de Silvio Berlusconi, manifestou que será oposição.

Já o partido Itália dos Valores (IDV), de centro-esquerda, faz críticas à "descontinuidade" do governo.

O líder do IDV, Antonio Di Pietro, declarou que não quer dar apoio "a um governo onde estão alguns daqueles que nos levaram onde estamos hoje, à beira do abismo".

Para ele, Napolitano, ao nomear o economista italiano, garantiu a "descontinuidade" da gestão.

No entanto, Di Pietro atestou que as forças de oposição concordam que Monti "deve iniciar seu trabalho", e afirmou que, sendo líder de um governo técnico, o economista não deve se fundar em uma coalizão ou uma maioria política.

Para o ex-primeiro-ministro Massimo D'Alema, do Partido Democrático (PD), que compôs a bancada de oposição a Berlusconi, a formação do um novo gabinete é uma ocasião para realizar "um esforço de relegitimação da política" e, para que as forças políticas não "renunciem" ao seu papel, ele defende a aprovação de "uma lei eleitoral do tipo europeu".

O líder do partido União Democrática de Centro (UDC), Pier Ferdinando Casini, discorda, porém, que essa seja uma prioridade.

O governo de Monti, defendeu, "nasce antes para enfrentar a crise econômica". "A lei eleitoral vem depois", acrescentou.

Por sua vez, o líder do Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), Gianfranco Fini, ex-aliado de Berlusconi, destacou que a nova gestão "não representará o fim dos bipolarismos, mas só do bipolarismo muscular, no qual um polo está sempre pronto a deslegitimar o adversário".

Monti foi nomeado a primeiro-ministro da Itália um dia após a Câmara dos Deputados aprovar a lei de estabilidade com o pacote de ajustes econômicos prometidos à União Europeia (UE) e após Berlusconi apresentar sua renúncia, como prometido.

A função do ex-comissário europeu é guiar a aplicação das medidas econômicas, que incluem congelamento de salários do setor público, aumento da idade de aposentadoria e aumento de impostos.

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