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POLÍTICA: Partido de oposição quer formar frente comum contra Berlusconi

O líder do maior partido de centro-esquerda da Itália instou todos os opositores de Silvio Berlusconi a formarem uma frente comum contra ele se o rompimento da coalizão governista conduzir à antecipação das eleições.

A dramática ruptura entre Berlusconi e seu antigo aliado Gianfranco Fini, no mês passado, fez surgir a perspectiva de antecipação das eleições, já que a coalizão governista de centro-direita não tem maioria parlamentar garantida.

A fraca e desunida centro-esquerda vem se esforçando para congregar os inimigos de Berlusconi, mas muitos comentaristas dizem que a oposição reluta em desejar eleições porque teme que Berlusconi possa vencer.

"Se o rompimento… conduzir a uma situação em que as eleições se tornem inevitáveis, iríamos buscar as forças de centro-esquerda e a oposição para criar uma estratégia comum", disse Pierluigi Bersani, líder do Partido Democrático (PD). Bersani não especificou quem poderia ser incluído em tal estratégia, mas seus comentários pareceram ter deixado a porta aberta para partidos de esquerda e também para o grupo de Fini.

Analistas dizem que uma aliança eleitoral anti-Berlusconi, congregando de esquerdistas até os conservadores do grupo de Fini teria dificuldade em se manter unida e convencer os eleitores.

Berlusconi vai pedir ao Parlamento, em setembro, um voto de confiança sobre uma plataforma de quatro pontos e sua bancada diz que ele vai renunciar se não obtiver suficiente apoio parlamentar. Como o Parlamento está em recesso de verão, o debate político vem sendo dominado por troca de acusações cada vez mais cáustica entre Berlusconi e partidários de Fini, o que deixa pouco espaço para um acordo.

O campo de Berlusconi quer que Fini, que foi expulso do Partido da Liberdade que ambos ajudaram a fundar, renuncie ao cargo de presidente da Câmara Baixa do Parlamento por causa de um negócio dúbio no setor imobiliário, envolvendo um apartamento em Monte Carlo deixado como herança para seu ex-partido.

Se um governo renuncia, cabe ao presidente dissolver o Parlamento e convocar eleições. Mas a Constituição italiana estabelece que o primeiro-ministro deve antes tentar formar uma nova maioria que possa sustentar um governo interino até as eleições, previstas para 2013.

Berlusconi estaria interessado em antecipar as eleições. Muitos comentaristas dizem que ele provavelmente sairia vencedor.

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