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POLÍTICA: Rivais do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi preparam novo partido

O presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, deu o primeiro passo para a criação de um novo partido de oposição ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi, com quem Fini rompeu em julho.

O grupo de Fini, chamado "Futuro e Liberdade para a Itália", havia prometido não abandonar o governo, mas as hostilidades entre seguidores de Fini e Berlusconi fazem crescer as chances de uma eleição antecipada.

"Não sabemos o que há virando a esquina, e espero que o governo dure seu mandato inteiro, mas precisamos estar prontos para eventuais surpresas", disse Fini em uma reunião a portas fechadas com seus seguidores, segundo relatos de participantes.

Fini começa a criar um novo partido apenas dois anos depois de fundir a sua Aliança Nacional com o partido de Berlusconi, o Força Itália, resultando na criação do partido Povo da Liberdade.

Muitos políticos da Aliança Nacional ficaram ao lado de Berlusconi com o rompimento, e Fini prometeu que não repetirá esse erro na nova agremiação, a ser lançada oficialmente em janeiro num comício em Milão.

"Eu digo não ao ciúme, às rivalidades pessoais, aos falcões e às pombas: de agora em diante, falemos de política, porque o barco pertence a todos, e todos precisamos remar na mesma direção", disse Fini a seus seguidores.

O presidente da Câmara comanda uma bancada com cerca de 40 deputados e senadores, o que priva Berlusconi da maioria no Parlamento. Mas o novo partido não quer disputar eleições tão cedo, e por isso o grupo continua ao lado do governo – inclusive participando de um voto de confiança em favor de Berlusconi na semana passada.

Berlusconi tem mandato até 2013, mas ele também dá sinais de que se prepara para eleições antecipadas. O partido Liga Norte, principal aliado do premiê, gostaria de ir logo às urnas, na esperança de ampliar sua bancada.

A próxima batalha do governo por sua sobrevivência envolverá propostas de reforma do Judiciário, especialmente as eventuais iniciativas para proteger Berlusconi de um processo judicial por uma suposta tentativa de subornar um advogado britânico, o que o primeiro-ministro nega.

Fini diz ser favorável à imunidade para o primeiro-ministro em exercício, mas diz que não apoiará nenhuma reforma do Judiciário que enfraqueça a magistratura.

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