Notícias

POLÍTICA: Tumulto em votação deixa senadora italiana ferida

A votação do projeto de reforma que acaba com o bicameralismo na Itália foi marcada por tumultos e protestos, com vaias, gritos e empurra-empurra entre os parlamentares, situação da qual a senadora Laura Bianconi saiu com uma luxação nas costas. Bianconi, do partido Nova Centro-Direita (NCD), foi encaminhada para um hospital depois do ferimento. Outro parlamentar, Nunziante Consilio, da Liga Norte, passou mal e precisou ser atendido na enfermaria. O presidente do Senado da Itália, Pietro Grasso, criticou o tumulto, classificando-o de "um fato muito grave". "É um ataque dramático à credibilidade do Senado", disse o parlamentar.

Nesta votação, porém, o governo italiano foi derrotado pela oposição, que conseguiu aprovar, por 154 votos a favor, 147 contrários e 2 abstenções, uma mudança no artigo 55 da Constituição, garantindo ao Senado a competência para tratar de "temas eticamente sensíveis", como biotestamento e direitos civis etc. A votação ocorreu em caráter secreto, o que gerou repúdio de alguns parlamentares. Por sua vez, o premier italiano, Matteo Renzi, afirmou que a reforma do Senado é "extraordinariamente importante e histórica". "Estamos colocando um fim a anos de bicameralismo perfeito que, mesmo na Assembleia Constituinte, foi visto como um limite", acrescentou. "Não queremos o mal das regiões italianas, pelo contrário, queremos o máximo do bem". Após dias de debates do Senado, foi aprovado apenas o primeiro artigo da reforma. No último dia 21, a Casa começou a analisar um projeto de lei que acaba com o bicameralismo paritário na Itália. A iniciativa tem causado polêmica porque transforma a Casa em uma espécie de "Câmara das Autonomias", sem membros eleitos diretamente pelo povo.

Ao invés dos atuais 315 senadores, ela seria composta por 100, dos quais cinco seriam nomeados pelo presidente e os outros 95 seriam prefeitos e membros de assembleias legislativas. Além disso, esses novos "senadores" não receberiam salários e nem teriam direito a votar temas como a confiança ao governo e o orçamento, função que caberia apenas aos deputados.

No entanto, eles continuariam tendo papel em algumas questões, como a discussão de reformas constitucionais.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios