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Políticos e empresários são condenados por desastre ambiental na Itália

Um júri popular de Taranto condenou uma série de empresários e políticos por um desastre ambiental provocado pela antiga indústria siderúrgica Ilva.

A empresa é acusada de contaminar o meio ambiente na cidade de Taranto, que abriga sua principal unidade na Itália e o maior complexo siderúrgico da Europa.

Entre os condenados está o ex-governador da Puglia Nichi Vendola (2005-2015), de centroesquerda e que pegou três anos e meio de prisão por concussão agravada.

A tese da acusação é de que Vendola teria pressionado Giorgio Assennato, então diretor-geral da Agência Regional de Proteção Ambiental (Arpa), a “suavizar” as posições do órgão sobre as substâncias nocivas produzidas pela antiga Ilva.

Por meio de um comunicado, o ex-governador disse que vai “se rebelar contra uma justiça que golpeia a verdade”. “É como viver em um mundo de ponta-cabeça, onde quem agiu pelo bem de Taranto é condenado sem provas”, declarou Vendola, que vai recorrer em segundo grau.

“Essa sentença é a enésima prova de uma justiça profundamente doente”, acrescentou. Giorgio Assennato, que teria cedido às supostas pressões do ex-governador, foi condenado a dois anos de cadeia.

Também foram condenados os empresários Fabio e Nicola Riva (22 e 20 anos de prisão, respectivamente), ex proprietários da antiga Ilva e acusados de formação de quadrilha com fins de desastre ambiental, envenenamento de substâncias alimentares e omissão dolosa de proteções no lugar de trabalho.

Entre os outros sentenciados estão Girolamo Archinà (21 anos e seis meses), ex-diretor de relações institucionais da siderúrgica; Luigi Capogrosso (21 anos), ex-diretor da unidade de Taranto; o ex-consultor do Ministério Público Lorenzo Liberti (17 anos e seis meses); o expresidente da província de Taranto Gianni Florido (três anos); e o ex-secretário provincial de Meio Ambiente Michele Conserva (três anos).

“Trata-se de uma sentença histórica para o povo envenenado de Taranto, certificando que houve um desastre ambiental causado pelos proprietários de uma indústria que começamos a denunciar nos anos 1980, quando a empresa ainda era pública”, disse a ONG ambientalista Legambiente.

Fundada em 1905, a antiga Ilva foi privatizada para o grupo siderúrgico da família Riva em 1995, mas acabaria vendida para a gigante ArcelorMittal em 2018, após uma intervenção do governo italiano.

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