O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, declarou em sessão no Senado que o país está "disposto a reconsiderar sua posição" sobre a imposição da taxa Tobin, que incidiria sobre as transações financeiras internacionais de caráter especulativo.
A Itália está "disposta a reconsiderar a posição do governo anterior, que era contrário a um imposto sobre transações financeiras, a chamada taxa Tobin", afirmou o premier.
A medida, segundo Monti, poderia ser uma forma de reduzir os impostos que recaem sobre as famílias italianas.
Com a possível mudança da posição do país, a Itália se junta à Alemanha e à França na defesa da taxação.
Em sua declaração ao Senado, o chefe de Governo da Itália disse também que é "necessário" que a União Europeia (UE) não "esqueça que o problema [da crise] é o crescimento e o emprego", que, segundo ele, devem ser estimulados por meio de reformas estruturais como "as apresentadas pela Itália ao Parlamento".
Ele indicou também que o país está "muito interessado" em utilizar seu lugar que foi oferecido para ocupar ao lado da França e da Alemanha em um "núcleo interno da união econômica e monetária", conforme o convite do presidente francês, Nicolas Sarkozy, feito no encontro entre os líderes dos três países ocorrido no fim de novembro.
Segundo Monti, que já foi comissário da UE, a política de seu governo irá acompanhar "as elaborações franco-alemãs", fazendo valer "uma visão de método comunitário e uma valorização das instituições comunitárias".
O objetivo, afirmou, é evitar que a união "franco-alemã domine a Europa". "[Angela] Merkel e Sarkozy podem cometer erros", observou, defendendo consultas aos 27 países-membro da UE antes de uma ação.
"Não por puro idealismo 'europeístico'", explicou, "mas porque entendemos que seja de interesse da Itália que haja instituições fortes para todos", concluiu.