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“Queremos 100% do Parlamento, e não 20% ou 30%”, diz Beppe Grillo em entrevista à revista Time

"Eu canalizei toda a raiva neste movimento. Todos deveriam nos agradecer: se nós fracassarmos, a Itália estará à mercê da violência nas ruas", disse o líder do Movimento Cinco Estrelas (M5S, da sigla italiana) Beppe Grillo, em entrevista à revista Time.

"Foi assim que tudo começou, o fascismo e os bancos. Nós inventamos a dívida e a máfia. E se a violência não começou é graças ao nosso Movimento", opinou.

"Queremos 100% do Parlamento, e não 20% ou 30%: quando o Movimento chegar a 100%, quando os cidadãos se transformarão no Estado, este movimento não terá mais motivo para existir. O objetivo é o de aniquilar nós mesmos", acrescentou Grillo na entrevista, respondendo a algumas perguntas sobre o programa do M5S.

"Os partidos aparentam ser uns contra os outros, mas nos bastidores são a mesma coisa. A esquerda e a direita na Itália sempre fingiram lutar, mas agora eles terão que fazer à luz do dia os acordos que, por 20 anos, fizeram na sombra. E se o fizerem estarão politicamente mortos", observou Grillo.

Na entrevista publicada pela influente revista norte-americana e intitulada Encontro com o comediante vilão que se tornou pessoa influente, Grillo acrescenta que "direita e esquerda querem descarregar sua infelicidade e desintegração políticas em cima de mim, afirmando que sou o culpado por não formar um governo e por criar instabilidade, mas eu não posso posso discutir com eles".

"É indispensável criar uma televisão pública única, sem qualquer vínculo com os partidos e com a política, e sem publicidade. As duas restantes podem ser vendidas ao mercado", escreve Grillo em seu blog sobre a RAI.

Ele também atacou os meios de comunicação, especialmente os apresentadores de TV, pelo trabalho contra o M5S. Eles são "pagos pelos partidos", disse o líder do M5S, observando que ''a fúria das TVs atingiu limites nunca vistos antes na história da República, é algo chocante e doentio que foge do controle dos mandantes". Grillo citou as cenas delirantes no hotel romano Universo, durante o encontro recente dos novos parlamentares eleitos do Movimento. "Já não prestam um serviço de informação, mas exercem uma forma de difamação contínua que chega aos ataques físicos, contra uma força política incorruptível e pacífica. Isso precisa ser removido".

"Os comentaristas, com voz persuasiva, querem provar ao público que todo simpatizante ou eleito do M5S é, na ordem, ignorante, despreparado, fora da realidade, ingênuo, incapaz de discernir e querer, não confiável e incompetente. Na verdade, eles são pagos por isso pelos partidos".

"Também é preciso rever os contratos de concessão para as emissoras privadas de TV e definir um código de ética a ser seguido".

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