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“Reality Show Humanitário”, que será transmitido pela “TV RAI 1” acende discussão na Itália

Programa da estação pública italiana RAI 1 vai levar oito celebridades a campos de refugiados. Organizações protestam contra o formato, que apelidam de "pornografia humanitária".

Dá pelo nome de "Mission" e, segundo a imprensa italiana, faz parte de um novo género de programa, "o reality show humanitário". O formato, que será transmitido pela RAI 1, está a causar polémica em Itália, pelo seu conteúdo.

Com estreia prevista para 4 de dezembro,"Mission" vai levar oito famosos italianos a passar duas semanas nos campos de refugiados do Mali, Sudão e Congo, algo que não agrada, de todo, a algumas organizações.

É o caso da organização não-governamental (ONG) "Solidarietà e Cooperazione CIPSI" (Coordinamento di Iniziative Popolari di Solidarietà Internazionale). "Esta dura realidade […] não pode ser objeto de espetáculo, levado ao limite da pornografia humanitária", afirmou o presidente da ONG Guido Barbera.

As críticas estenderam-se, não só à estação pública, que já veio defender-se das acusações, explicando que "a ideia é dar a conhecer estas situações através de rostos conhecidos", mas também às organizações que vão colaborar com os famosos nos campos de refugiados.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR), presidido por António Guterres, deposita a sua confiança na RAI 1, acreditando que esta abordará o tema "com máxima sensibilidade". A outra ONG que apoia o programa, a Intersos, reconhece que a decisão pode ser "arriscada" para a sua imagem, no entanto, classifica esta oportunidade como única pelo "potencial de difusão que traz".

Foram já feitas duas petições online contra o formato italiano, cujos direitos foram já comprados pela BBC e France TV.

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