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Roma inicia comemorações de seus 150 anos como capital

A prefeita de Roma, Virginia Raggi, iniciou as comemorações oficiais dos 150 anos da capital italiana, durante cerimônia no Teatro da Ópera. O evento contou com a presença do presidente da Itália, Sergio Mattarella, ministros do governo, além de artistas renomados, como o cantor italiano Andrea Bocelli.

As celebrações marcam o dia em que, em 1871, foi assinada a lei que deliberou formalmente a transferência da capital de Florença a Roma. Em mensagem lida pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o papa Francisco classificou a proclamação de Roma como capital como “um evento providencial que, na época, suscitou polêmicas e problemas”. Mas foi a partir deste momento que se iniciou “uma nova história”, mudando “Roma, a Itália e a própria Igreja”. O Pontífice explicou que, em 150 anos, Roma também se transformou em uma comunidade multiétnica e com diversas profissões de fé. Desta forma, “a Igreja compartilhou as alegrias e as dores dos romanos”. Francisco ainda recordou três momentos dessa história vivida em comum, começando pelo Holocausto, na década de 1940, e dos nove meses de ocupação nazista em Roma. Segundo ele, o período foi marcado por muitas dores, sobretudo com “a terrível caça para deportar os judeus”, quando a Igreja representou “um instrumento de humanidade na cidade”. “Foi a Shoah vivida em Roma. A Igreja foi um espaço de asilo para os perseguidos: caíram antigas barreiras e distâncias dolorosas. Daqueles tempos difíceis, antes de tudo tiramos a lição da infindável fraternidade entre a Igreja católica e a comunidade hebraica, reiterada por mim na visita ao Templo Maior de Roma”, diz o texto do argentino. Logo depois, o Santo Padre relembrou os anos do Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965, quando “Roma brilhou como espaço universal, católico, ecumênico, transformando-se em uma cidade universal de diálogo ecumênico e inter-religioso, de paz”. Por fim, Francisco falou do convênio de 1974 sobre “os males de Roma”. “Nas assembleias participativas do povo, ouvimos a expectativa dos pobres e das periferias. Ali se tratou de universalidade, mas, no sentido da inclusão dos periféricos. A cidade deve ser a casa de todos. É uma responsabilidade inclusive hoje: as periferias atuais são marcadas por muitas misérias, vividas por grandes solidões e pobres de redes sociais”, explicou. Ao comentar sobre inclusão de pobres, imigrantes e refugiados que “veem Roma como um posto de salvação”, o Papa ressaltou o sentimento de todos que chegam na cidade com esperança e expectativa. Além disso, ele fez um apelo para a capital italiana ter uma visão comum, afirmando que Roma só viverá sua vocação universal se se tornar cada vez mais “uma cidade fraterna”.

“Roma terá um futuro se compartilharemos a visão de cidade fraterna, inclusiva, aberta ao mundo. No panorama internacional, carregado de conflitualidades, Roma poderá ser uma cidade do encontro”, finalizou. As comemorações dos 150º aniversário da “cidade eterna” serão encerradas somente em 3 de fevereiro de 2021. “Roma é uma cidade internacional acolhedora. Uma cidade aberta a todos. E sempre será. Celebrar esse aniversário significa preparar com entusiasmo os próximos desafios”, concluiu Raggi.

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