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Sede da Fiat poderá se mudar para Detroit

O CEO da Fiat, Sergio Marchionne, levantou a possibilidade de que a maior empresa industrial italiana transfira sua sede para Detroit, após concluir sua fusão com a Chrysler, desencadeando uma forte polêmica no país, ainda que depois tenha minimizado o alcance de suas palavras.

A afirmação sobre o futuro da empresa pegou todos de surpresa na Itália. "Em dois ou três anos, a Fiat e a Chrysler poderiam se tornar uma única entidade, sediada em Detroit", disse Marchionne em uma reunião com os revendedores de automóveis norte-americanos em São Francisco, na Califórnia.

Estas palavras provocaram preocupação nas autoridades da região do Piemonte e em sua capital, Turim – berço da Fiat, que à cidade deve o "t" de seu nome, assim como reações negativas dos sindicatos.

O ministro do Trabalho, Maurizio Sacconi, comentou com cautela que as alegações de Marchionne eram na verdade só "uma hipótese vaga e não uma decisão", pelo qual pediu que não se começasse "o festival habitual das Cassandras".

De seu lado, Giorgio Cremaschi, líder da Federação Italiana dos Operários Metalúrgicos (FIOM), disse: "O anúncio de que no fim a Chrysler comprará a Fiat e que a sede do grupo será em Detroit e não em Turim, é uma verdade que todos já conhecíamos, mas que só a FIOM denunciou publicamente".

Em Turim, a frase de Marchionne foi minimizada pelas autoridades locais. Sergio Chiamparino, prefeito da cidade, disse que "é prematuro traçar cenários negativos".

"É POSSÍVEL INVESTIR NA ITÁLIA":

''A Fiat poderia deixar o país só diante de condições que ainda não ocorreram'', disse hoje (7) em uma entrevista o ministro Maurizio Sacconi, a propósito da hipótese de fusão da Chrysler com o Lingotto e a transferência da sede para Detroit. ''As instituições italianas e o sindicato reformista – continuou ele – fizeram o tinha que ser feito para tornar a Itália um país onde é possível continuar a investir. Os investimentos e as contratações estabelecidos para 7 de março em Pomigliano são o resultado direto''.

A conversa telefônica com Marchionne, disse ele, "ajudou a redimensionar a ênfase em suas palavras dada pela habitual Itália anti-italiana, uma minoria muito barulhenta''. 

Para Marchionne o ministro pediu duas coisas: ''A primeira, manter um diálogo permanente com todos os sindicatos'' e a segunda ''criar uma forte capacidade de diálogo entre a empresa e os indivíduos". Sacconi deseja um envolvimento cada vez maior dos trabalhadores, até sua participação nos lucros.

O ministro também tratou as questões do desemprego juvenil e da estabilização dos temporários, justificando que o primeiro está objetivamente ligado ''às dificuldades impostas pela crise econômica, à rigidez residual do mercado de trabalho e ao legado devastador dos anos 70, que continua a produzir pessoas com qualificações e formação muitas vezes insuficientes para as exigências do mercado de trabalho''.

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi irá se encontrar nos próximos dias com o CEO da Fiat, como disseram à ANSA fontes governamentais. A data ainda não foi definida e a reunião terá a participação dos ministros Giulio Tremonti, Paolo Romani, Maurizio Sacconi e o subsecretário da presidência do Conselho de Ministros, Gianni Letta, acrescentaram as mesmas fontes.

A pauta da reunião será "o estado de implementação e as perspectivas do projeto Fábrica Itália e a evolução da fusão Chrysler-Fiat.

Após as declarações recentes de Marchionne sobre esta possível fusão e a hipótese de mudar a sede do grupo para Detroit, que vem alimentando o debate e as polêmicas, os contatos entre Marchionne e Sacconi prosseguiram. A data da reunião vai depender da agenda do governo e do retorno de Marchionne dos Estados Unidos.

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