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Silvio Berlusconi admite ter levado “fascistas” ao poder

Ex-premier desferiu críticas a seus aliados de extrema direita

O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi admitiu durante um comício de seu partido em Milão, que legitimou “fascistas” ao levá-los para o governo nos anos 1990. Além disso, afirmou que, sem ele, a Liga, legenda de Matteo Salvini, seria “incapaz” de governar.

As declarações foram dadas em meio ao processo de esvaziamento do Força Itália (FI), partido conservador fundado por Berlusconi no início dos anos 1990 e que vem perdendo espaço para a extrema direita. “Nós colocamos a Liga e os fascistas no governo, nós os legitimamos, nós os constitucionalizamos”, reconheceu o ex-primeiro-ministro.

Os governos de Berlusconi sempre se sustentaram em coalizões com a Liga, que na época também usava a palavra “Norte” em seu nome, e a Aliança Nacional (AN), herdeira política do fascista Movimento Social Italiano (MSI).

Em 2009, a AN foi anexada pela sigla do ex-primeiro-ministro, mas seus símbolos acabaram incorporados pelo partido de extrema direita Irmãos da Itália (FDI), presidido por Giorgia Meloni.

O FDI usa em seu distintivo a mesma chama tricolor que caracterizava o MSI e sempre foi o ramo mais frágil da tríplice aliança com Salvini e Berlusconi, mas as últimas pesquisas o colocam na frente do Força Itália.

“Somos obrigados a ficar na centro-direita. Se não estivéssemos na coalizão, não seria centro-direita, seria uma direita extremista, eles não teriam capacidade de vencer e com certeza seriam incapazes de governar”, disse o ex-premier.

Em seguida, enfileirou adjetos para atacar seus aliados. “A centro-direita deve existir, pelo bem do país, mas somos diferentes, não somos populistas, não somos soberanistas, não somos arrogantes, não somos incultos, estudamos e trabalhamos, somos os garantidores da tradição ocidental, liberal, democrática, cristã e garantista”, declarou.

Atualmente, a aliança Liga-FDI-FI governa 11 das 20 regiões da Itália, incluindo as ricas Lombardia, Vêneto e Piemonte. Além disso, as pesquisas mostram que, em caso de novas eleições nacionais, Salvini provavelmente precisaria do apoio de Berlusconi para se tornar primeiro-ministro.

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