
A União Sindical de Base (USB), sindicato com mais de 250 mil inscritos na Itália, convocou uma nova greve-geral em defesa da população palestina e do fim da guerra na Faixa de Gaza.
O anúncio foi feito após um ataque de drones não identificados contra barcos da Flotilha Global Sumud, que navega rumo ao enclave para levar ajuda humanitária a civis e tem ativistas e políticos italianos entre seus mais de 600 integrantes.
“Proclamaremos uma nova greve geral, e desta vez sem pré-aviso. O termo de ordem ‘bloquear tudo’ voltará a todo o país”, disse um representante da USB em coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados. “Organizaremos mais de 100 manifestações por Gaza”, prometeu.
O sindicato já liderou uma greve geral e diversos protestos que reuniram mais de 500 mil pessoas por toda a Itália na última segunda-feira (22), para cobrar do governo de Giorgia Meloni o reconhecimento do Estado da Palestina e sanções contra Israel.
As manifestações tiveram episódios de violência em Milão, onde pelo menos cinco ativistas foram presos por desordens com a polícia, e afetaram serviços de transporte público e escolas.
“É uma coisa de irresponsáveis. Não permitiremos que bloqueiem o país e o arrastem para o caos”, disse nesta quarta o vice-premiê e ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini.
Durante a madrugada, a Flotilha Global Sumud denunciou que vários de seus barcos foram atingidos por “múltiplos drones” enquanto atravessavam a costa da Grécia, com lançamentos de “objetos não identificados”, diversas “explosões” e bloqueio de comunicações.
“Eles miraram os menores barcos de nossa missão para destruir suas velas”, acusou o brasileiro Thiago Ávila, um dos coordenadores da organização humanitária, que atribui a agressão a Israel.