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“Terrorismo está dentro de nós”, diz premier italiano Matteo Renzi

Participando de uma conferência com países africanos em Roma, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, criticou as nações europeias que vêm adotando restrições em suas fronteiras para barrar a entrada de imigrantes e disse que o problema do terrorismo está dentro do continente.   

"Tentaram passar uma mensagem errada: 'Depois dos últimos atentados [em Paris e Bruxelas], agora fechemos as fronteiras'.   

Mas se olharmos os últimos ataques na Europa, veremos que não foram provocados por refugiados de Lampedusa. O problema está dentro de nós", declarou o chefe de governo italiano.   

Segundo ele, ao invés de levantar "muros" na União Europeia, é preciso conectar mais os seus Estados-membros. "Devemos lutar contra o terrorismo, mas também lutar contra a superficialidade de quem quer fazer acreditar que o inimigo vem de fora", acrescentou.   

Prioridade da política externa de Renzi, a África é a principal "fornecedora" de imigrantes ilegais e solicitantes de refúgio para a Itália. Desde o início do ano, mais de 32 mil pessoas já desembarcaram no litoral do país da bota, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).   

Desse total, o maior contingente é proveniente da Nigéria (4,3 mil), que é seguida por Gâmbia (2,9 mil), Somália (2,5 mil), Costa do Marfim (2,2 mil), Eritreia (2,2 mil), Guiné (2,1 mil), Senegal (1,9 mil) e Mali (1,9 mil). Além disso, pelo menos 976 imigrantes morreram tentando completar a travessia marítima entre África e Itália em 2016.   

Na mesma conferência, o primeiro-ministro ainda garantiu que não interromperá as operações de resgate no mar Mediterrâneo, alvos de críticas da oposição, que acusa o governo de usar com estrangeiros recursos que deveriam ser empregados para ajudar italianos.   

"Quando há uma mulher ou um homem no mar, a primeira coisa a fazer não é abrir um debate, mas sim salvar aquela vida", declarou. (Ansa)

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